Bombeiros do Algarve vão passar a recolher os velhos televisores e frigoríficos

Portugueses consomem por ano cerca 100 mil toneladas de material eléctrico e electrónico mas só são recolhidas e tratadas 31 mil toneladas.

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À frente da tabela ficou, pelo segundo ano consecutivo, o site de Alfândega da Fé

O Algarve vai deixar de ser uma “espécie de Marrocos de cima” em termos de recolha de material eléctrico e electrónico. A observação partiu do presidente da Federação dos Bombeiros da região, Paulo Morgado, assinalando um ponto de viragem na recolha deste tipo de lixo. Nos quartéis dos bombeiros, à semelhança do que já existe noutros pontos do país desde 2008, vão ser instalados contentores, os chamados “pontos electrão” onde poderão ser depositados televisões, frigoríficos, pilhas, computadores e outros equipamentos em fim de uso.

A rede regional de recolha de material eléctrico vai ser alargada, de forma gratuita à população, a partir do próximo dia 18, envolvendo directamente as corporações de bombeiros. O défice de pontos de recolha deste tipo de resíduos no Algarve, sublinhou Paulo Morgado, fazia da região uma “espécie de buraco negro” nas políticas de defesa do ambiente. Até agora, acrescentou, verifica-se que muitos equipamentos são deixados nas bermas das estradas e lixeiras improvisadas. Através de um protocolo de cooperação assinado entre a Amb3E - a associação sem fins lucrativos –, a Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal e a Algar (empresa responsável pela recolha e tratamento dos resíduos sólidos), os bombeiros receberão 75 euros por cada tonelada de material recolhido nos quartéis.

O administrador delegado da Algar, Macário Correia, destacou que, actualmente, apenas cerca de 50 por cento do material rejeitado pelos consumidores chega aos normais circuitos de recolha. Por seu lado, Elsa Agante, representante da Amb3E, em declarações aos jornalistas, enfatizou os números da recolha efectuada em 2011, quando foi lançada a campanha “quartel electrão”. Em apenas três meses, disse, foram retiradas 1800 toneladas. A rede, a cargo da Amb3E, disponibiliza por todo o país cera de 700 pontos “electrão”. Nos quartéis dos bombeiros é que ainda só chega a 13 dos 18 dos distritos. Além dos bombeiros terem benefício com a recolha do material velho, a empresa que oferece a logística recebe, também, 80 euros por tonelada recolhida, no caso de frigoríficos e máquinas de lavar e 60 euros para o outro tipo de lixo. Os portugueses consomem por ano cerca de cem mil toneladas de material eléctrico e electrónico. A média anual da recolha deste tipo de material, nos últimos nove anos, rondou as 31 mil toneladas.

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