Aferim! e Os Olhos de André melhores filmes no IndieLisboa 2015

O western romeno de Radu Jude e a ficção documental de António Borges Correia são os vencedores-surpresa de uma das melhores edições do festival.

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Costuma dizer-se que “à terceira é de vez” e, no caso do cineasta romeno Radu Jude, é mesmo verdade. Aferim!, terceira longa-metragem e terceira passagem pelo concurso do IndieLisboa depois de The Happiest Girl in the World e Everybody in Our Family terem saído “de mãos a abanar”, arrecadou o Grande Prémio da edição 2015.

O filme, um quase-western a preto e branco onde um polícia a soldo de um nobre persegue um cigano pela Roménia rural do século XIX, vencera já o prémio de Melhor Realizador no festival de Berlim em Fevereiro último. Na competição nacional, foi António Borges Correia a vencer o galardão de longa-metragem com Os Olhos de André, reconstituição ficcionada da história verídica de um pai e dos seus três filhos lidando com a ausência de um quarto, levado para uma família de acolhimento.

Ambos os filmes não se ficaram apenas pelos prémios principais do concurso. Aferim! recebeu igualmente o prémio do júri Blogues de Cinema (que consiste na aquisição dos direitos de exibição em televisão e VOD pelos canais TVCine); Os Olhos de André venceu ainda o prémio Árvore da Vida e o prémio TAP para longa-metragem de ficção.

Curiosamente, Aferim! e Os Olhos de André, obras assumidamente ficcionais, são praticamente as excepções numa lista de prémios maioritariamente entregue aos documentários. Nas restantes categorias de longa-metragem, foram quatro documentários os premiados: Before We Go do belga Jorge León, sobre um programa de terapia para doentes terminais (prémio FIPRESCI, da Associação Internacional de Críticos de Cinema), O Medo à Espreita de Marta Pessoa, sobre os informadores da PIDE (prémio Amnistia Internacional), Rabo de Peixe de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, sobre uma aldeia piscatória açoriana (prémio TAP para longa-metragem documental) e Ming of Harlem de Phillip Warnell, sobre um nova-iorquino que manteve um tigre e um crocodilo dentro do seu apartamento do Harlem (prémio do júri universidades).

Nas categorias de curta-metragem, os principais premiados foram também documentários: End of Summer, estreia na realização do músico islandês Jóhann Jóhansson (autor da banda sonora de A Teoria de Tudo), e Fora da Vida, o mais recente trabalho da dupla portuguesa Filipa Reis e João Miller Guerra, repetindo a sua vitória em 2012 com Cama de Gato.

As restantes curtas premiadas foram A Trama e o Círculo de Francisco Queimadela e Mariana Caló (prémio Novo Talento e prémio Culturgest Escolas), A Rapariga de Berlim de Bruno Freitas Leal (prémio Novíssimos para filme de escola), The Mad Half Hour do argentino Leonardo Brzezicki (prémio do júri da revista de curtas-metragens Format Court) e Historia de un Oso do chileno Gabriel Osorio (IndieJunior).

Os prémios do público, votados pelos espectadores que assistiram às sessões ao longo do festival, couberam, mais uma vez, a documentários, A Toca do Lobo de Catarina Mourão (longa-metragem) e In Waking Hours das irmãs belgas Katrien e Sarah Vanagt (curta), bem como à curta animada da dupla francesa Patrick Delage e Toma Leroux Lune et le Loup (IndieJunior).

Palmarés

Longas-metragens
Grande Prémio Cidade de Lisboa: Aferim!, de Radu Jude
Melhor Longa Portuguesa: Os Olhos de André, de António Borges Correia
Prémio do Público: A Toca do Lobo, de Catarina Mourão
Prémio Amnistia Internacional: O Medo à Espreita, de Marta Pessoa
Prémio Árvore da Vida: Os Olhos de André
Prémio Blogues de Cinema: Aferim!
Prémio FIPRESCI: Before We Go, de Jorge León
Prémio TAP: Os Olhos de André (ficção) e Rabo de Peixe de Joaquim Pinto e Nuno Leonel (documentário)
Prémio Universidades: Ming of Harlem de Phillip Warnell

Curtas-metragens
Grande Prémio: End of Summer, de Jóhann Jóhannsson
Melhor Curta Portuguesa: Fora da Vida, de Filipa Reis e João Miller Guerra
Prémio do Público: In Waking Hours, de Katrien e Sarah Vanagt
Prémio do Público IndieJunior: Lune et le Loup, de Patrick Delage e Tomas Leroux
Prémio Culturgest Escolas: A Trama e o Círculo, de Francisco Queimadela e Mariana Caló
Prémio Format Court: The Mad Half Hour, de Leonardo Brzezicki

Prémio Indie Junior: Historia de un Oso, de Gabriel Osorio

Prémio Novíssimos: A Rapariga de Berlim, de Bruno de Freitas Leal

Prémio Novo Talento: A Trama e o Círculo

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