Prémio Carlos Paredes distingue carreira de José Mário Branco

Festival Cantar Abril, de Almada, premiou-o como “expoente da música de intervenção portuguesa”.

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José Mário Branco: crítico em qualquer regime ou poder Jorge Miguel Gonçalves/NFACTOS

Músico, compositor, arranjador e uma das figuras mais relevantes da música popular portuguesa, José Mário Branco foi distinguido com o Prémio Carlos Paredes na 5.ª edição do festival bienal Cantar Abril, que teve a sua sessão de encerramento no dia 30. Ausente no estrangeiro, o músico enviou uma mensagem que foi lida pelo também músico e seu amigo António José Martins, que recebeu o prémio em seu nome. Na mensagem, José Mário Branco ressalvou que não deve ser vista nenhuma diferença entre o canto de resistência e o canto de liberdade, porque o cantor deve ter sempre em vista que o seu trabalho só pode ser crítico, em qualquer regime e face a qualquer poder.

A sessão, que decorreu na Academia Almadense na noite de quinta-feira 30 de Abril, incluiu a apresentação ao vivo das canções dos dez finalistas e encerrou com um concerto da cantora galega Uxía, que ali se mostrou em grande forma vocal. No final do concerto, foram anunciados os restantes premiados, após a votação de um júri composto por José Manuel David, Amélia Muge, João Afonso, Samuel e André Santos.

Na categoria de melhor canção original (Prémio José Afonso), o vencedor foi o grupo Canalha, com a canção Sem Penas. A melhor letra para um tema a concurso (Prémio Ary dos Santos) foi a de Miguel Calhaz para Sou do contra, abaixo (ele é contrabaixista). Por fim, a melhor recriação feita a partir do cancioneiro da resistência e da liberdade (Prémio Adriano Correia de Oliveira) foi Já o tempo se habitua, um tema clássico de José Afonso, pelo grupo Maria Monda. A próxima edição deste festival, organizado pela Câmara Municipal de Almada, será em 2017.

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