Clientes da Uber em Portugal criam página de apoio no Facebook e lançam petição

Página na rede social contesta decisão de tribunal que determinou a suspensão da actividade da empresa no país.

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A aplicação da Uber está a funcionar em Lisboa desde Julho deste ano BRITTA PEDERSEN/DPA/AFP

Clientes da Uber, empresa que fornece um serviço privado de transporte de passageiros através de uma aplicação móvel, criaram uma página no Facebook a contestar a decisão do Tribunal Cível de Lisboa, que decidiu a favor de uma providência cautelar interposta pela Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e determinou a suspensão da actividade da empresa em Portugal. Na página na rede social está ainda a ser divulgada uma petição pública de apoio à Uber.

“Pela Uber legal em Portugal, contra o monopólio dos táxis! Pelo direito de escolha, contra os lóbis instalados!”. Este é o mote da página Queremos a Uber em Portugal, que na tarde desta quarta-feira tinha mais de 6600 subscritores.

Num dos últimos posts, a página defende que “proibir alternativas para não perder negócio é um péssimo serviço ao cliente”. Em seguida é feito um apelo a que se manifeste o descontentamento pelo encerramento da actividade da empresa no país junto da ANTRAL.

Segundo a decisão do tribunal tornada pública na terça-feira, e que a ANTRAL divulgou parcialmente na sua página online, fica determinado o “encerramento e proibição em Portugal, da prestação e adjudicação do serviço de transporte de passageiros em veículos ligeiros, debaixo da denominação Uber, ou qualquer outra, que seja denominada com idênticos fins”. A resposta foi favorável à providência cautelar interposta pela Antral, que considera que a Uber viola as regras de acesso e exercício da actividade de transporte de passageiros em ligeiros e de concorrência.

A página no Facebook está a divulgar a petição pública Queremos a Uber em Portugal dirigida aos partidos com assento parlamentar. Subscrita até às 16h00 desta quarta-feira por mais de 2300 pessoas, a petição que o “Governo regulamente o sector” do transporte de passageiros em ligeiros, “permitindo que o utente disponha de um serviço a um preço justo, um serviço seguro e que promova a mobilidade inteligente”.

No seu blogue, a Uber publicou entretanto um comunicado, escrito pelo seu representante em Portugal, Rui Bento, a reafirmar que a empresa não recebeu qualquer notificação para a suspensão da sua actividade no país. “Estranhamos também que nenhum responsável da Uber tenha sido ouvido antes de ser tomada uma decisão como esta”, acrescenta.

Caso a empresa seja notificada, Rui Bento indica que irá examinar o documento de “forma a perceber quais os fundamentos que terão levado a esta decisão, e quais as consequências para a operação” da Uber em Portugal.

“Estamos empenhados em trazer escolha a Portugal. Queremos garantir que residentes e visitantes das cidades portuguesas têm acesso a uma alternativa de transporte segura, conveniente e económica”, remata a nota.

Esta quarta-feira, numa decisão semelhante ao do tribunal português, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu a favor do sindicato de taxistas do estado brasileiro e determinou a suspensão da actividade da Uber no Brasil.

Segundo o G1, o site de notícias da Globo, o tribunal determinou ainda que o Google, a Apple, a Microsoft e a Samsung devem deixar de fornecer a aplicação móvel Uber nas suas lojas online e suspender a aplicação nos aparelhos dos utilizadores que já a tenham instalada.

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