A geografia é uma linguagem e a fotografia é um veículo

Eduardo Lourenço vai participar num seminário sobre os encontros e os desencontros, e as novas geografias dos Países de Língua Portuguesa

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Nelson Garrido

No ano em que se comemora o 40º aniversário da independência dos vários países africanos que partilham a língua portuguesa, Eduardo Lourenço, o maior ensaísta português pré-25 de Abril, e que há pouco mais de dois anos escreveu “Os Militares e o Poder”, vai estar esta quinta feira, ao fim do dia, a encerrar a conferência (Re)Encontros em tempo de (Des)Encontros: os Países de Lín­gua Portuguesa e suas Novas Geografias.

Eduardo Lourenço, galardoado com o Prémio Pessoa em 2011, regressa à Universidade de Coimbra, instituição onde nos anos 40 iniciou a sua profícua reflexão, sempre ligada à cultura. A licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas foi concluída em 1946, tendo de imediato iniciado a sua carreira académica, entre 1946 e 1953, como assistente da Faculdade de Letras. É nesse período que publica o seu primeiro livro, Heterodoxia (1949), que reúne uma parte da sua tese de licenciatura, O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto

 

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A sua confirmação na sessão de encerramento desta conferência, organizada pelo Centro de Estudos Ibéricos, surgiu recentemente e é, até, por isso, que o seu nome não consta ainda dos programas oficiais. Com a sua presença não deixará de enriquecer a reflexão acerca dessa imensa pátria que é a lingua portuguesa - e que hoje em dia abrange uma população de cerca de 280 milhões de pessoas, espraiadas por várias geografias e contextos, sejam eles naturais, económicos, sociais, culturais e políticos.

 

A conferência está inserida  na XVII Semana Cultural com que a Universidade de Coimbra assinala os 725 anos da sua fundação, este colóquio visa aprofundar diálogo entre a comu­nidade científica dos diferentes Países de Língua Portuguesa, usando a geografia como linguagem. E a fotografia como um dos veículos.

A fotografia - o que ela mostra e o que ela não revela - estará em discussão num dos painéis do seminário, que terá lugar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e se vai prolongar por todo o dia. A complementar a sessão, estaria parentes uma Mostra de Foto(geo)grafia dos diversos países de língua oficial portuguesa (PLP). Durante a sessão será também homenageada Maria Luísa Ferro Ribeiro, a primeira geógrafa de Cabo Verde que concluiu a licenciatura em Geografia, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1961, com a tese A Ilha de S. Tiago.

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