Neste "Pântano" somos todos peregrinos

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Depois da estreia na Culturgest, em Lisboa, e das exibições no Teatro Nacional de São João, no Porto, o Pântano de Miguel Moreira chega esta quarta feira a Coimbra, ao palco do Teatro Académico Gil Vicente, inserido na Semana Cultural que assinala os 725 anos da Universidade de Coimbra. Ao contrário das paragens que o antecederam, em que esteve em palco várias noites, o público de Coimbra terá apenas esta oportunidade de assistir ao ultimo trabalho de Miguel Moreira e companhia antes de estes rumarem a Paris. É mais uma sessão do triunvirato com que, em Coimbra, se assinala o mês da dança, e que não vai deixar ninguém indiferente. Paulo Pimenta, que assistiu à apresentação da peça na cidade do Porto, deixa-nos antever, com estas imagens, a carga emotiva que perpassa pelo espectáculo concebido pelo fundador do Útero. Miguel Moreira concebeu um espectáculo onde coloca peregrinos — “pessoas que resolvem fazer uma profunda reflexão sobre si mesmos em movimento” — a desenharem um pensamento solidário e colectivo. E evoca Bernard-Marie Koltès e o seu "Cais Oeste" para lhes dar voz: “E agora? Por onde? Como? Meu Deus! Por aqui?”. O resultado só pode ser um: neste pântano somos todos peregrinos.