Um pouco de todas as artes no Serralves em Festa

Festival multidisciplinar decorre no Porto no fim-de-semana de 30 e 31 de Maio.

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Banda The Pyramids DR
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A String Section, performance dos ingleses Reckless Sleeper DR

“Um entre muitos” é o tema da 12ª edição do Serralves em Festa que decorre no Porto, nos dias 30 e 31 de Maio. Das 8h da manhã de sábado até à meia-noite de domingo, há 40 horas non-stop de espectáculos.

Na música, destaque para o pós-punk dos The Pop Group e o jazz dos norte-americanos The Pyramids que, depois de terem estado como que desaparecidos, lançaram novos álbuns recentemente. A coreógrafa francesa Emanuelle Huyhn recria a peça de Iannis Xenakis, Persephassa, agora com bailarinos portugueses; e a norte-americana DD Dorvillier transmite o seu arquivo coreográfico a bailarinos estrangeiros e locais, na criação A Catalogue of Steps. 

A suíça Steffi Weismann apresenta três performances em que cruza a arte sonora com a linguagem. E, no cinema, é reposto Adeus, Pai (1996), de Luís Filipe Rocha, um raro sucesso de público no cinema português, sobre a difícil relação de um homem ocupado pelo trabalho com o seu filho. No Serralves em Festa 2015, não vão faltar programas para preencher mais um fim-de-semana cultural aberto aos públicos mais diversos. 

Haverá também circo contemporâneo: a companhia francesa Les Philébulistes estreia em Portugal Hallali ou la 5e. de Beethov, um espectáculo que envolve seis trapezistas e uma estrutura gigante que permite coordenar os movimentos aeróbicos e acrobáticos. E, para as crianças, há recitais de poesia em que Margarida Mestre, em Poemas para Bocas Pequenas, explora a vertente plástica e sensitiva dos textos.

A programação do Serralves em Festa 2015 foi apresentada esta quinta-feira no Porto, e Liliana Coutinho, responsável pelo Serviço Educativo, explicou que, para além das habituais visitas guiadas, esta edição vai contar com um programa radiofónico, Rádio Já, para o qual todos poderão sugerir conteúdos, que serão transmitidos na hora, via Internet.

O presidente da fundação, Luís Braga da Cruz, disse esperar que, depois do grande sucesso da edição do ano passado, que recebeu mais de 140 mil visitantes, as mentalidades de quem não visita o museu e os espaços de Serralves se alterem: “Dizem que é longe, que é caro, que não querem conhecer”. Com o argumento de que, como sempre, a entrada neste festival é gratuita, Braga da Cruz espera cativar ainda mais pessoas.

Este é o “momento do ano de contacto intenso com o nosso público” — acrescentou o presidente —, e a oportunidade vai ser aproveitada para oferecer “uma programação particularmente rica e diversa”, sublinhou Suzanne Cotter, directora artística do Museu de Serralves.

Para quem uma só arte não chega, existem espectáculos que unem mundos distintos. É o caso dos concertos da banda portuguesa Paus (Hélio Morais e Joaquim Albergaria), que se aliam ao trabalho em filme da britânica Jemima Stehli. Olhos e ouvidos devem estar também atentos ao encontro entre o músico Lichens e Rose Kallal, artista visual e sonora canadiana.

Destaque ainda para os projectos de performance A String Section, da companhia inglesa Reckless Sleepers, com visões perturbadoras e insólitas de cinco mulheres vestidas de negro com serrotes na mão.

Mas não é só em Serralves que vai haver festa. Como já tem vindo a acontecer, vários projectos vão ser apresentados na Baixa do Porto. Há espectáculos de dança contemporânea e mesmo aqueles que não são profissionais são convidados a participar em workshops vocais e performances ao vivo.

Nomes nacionais e internacionais — do Senegal à Indonésia — vão estar presentes nesta edição, e várias instituições ligadas à arte e à cultura continuam a ser parceiras do evento. Estão reunidos os elementos para que o último fim-de-semana de Maio consiga cativar pessoas de todas as idades e com interesses muito distintos.      

 

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