Eutanásia: um amigo de duas patas

Foi removido cirurgicamente o que restou das patas partidas e cauda de Lloyd.
Fotogaleria
Foi removido cirurgicamente o que restou das patas partidas e cauda de Lloyd.

Foi em Março de 2013 que os habitantes de uma zona residencial nos arredores de Minsk, na Bielorrússia, alertaram uma associação de protecção e apoio ao animal para prestar auxílio a um cão que há duas semanas se arrastava na neve com duas patas e a cauda gravemente feridas. A caminho do veterinário, Lloyd, o cão, tentou levantar-se apoiado nas duas patas que lhe restavam e os voluntários, que pensavam eutanasiá-lo, decidiram dar-lhe a oportunidade de viver. "Ninguém sabe como é que este cão perdeu as duas patas: uma à frente e outra atrás. Talvez tenha sido atropelado por um comboio, talvez tenha sido vítima de um 'carniceiro'", disse o fotógrafo bielorrusso Maksim Sarychau ao P3. Após a amputação das patas e da cauda, Lloyd atravessou uma fase de recuperação que durou cerca de um ano e que o manteve num estado de evidente debilidade: cansava-se muito rapidamente, sentava-se para que Olga e Igor, os dois voluntários que o tratavam, o transportassem no colo. Dado os elevados custos dos tratamentos médicos, foi lançada uma campanha para recolha de fundos nas redes sociais, que suscitou uma enorme controvérsia. As opiniões dividiam-se. "Quem irá querer levá-lo para casa e mantê-lo para o resto da vida?", "Vocês têm de eutanasiá-lo", "Quando é que um animal perde o direito à vida?", "Eu não quereria viver assim", "A minha fé na humanidade está a regressar", "Seria muito melhor se vocês ajudassem pessoas". Lloyd foi adoptado pouco depois desta polémica e Maksim continuou a fotografá-lo. "Fala-se muito de crueldade animal na região da ex-União Soviética. Provavelmente está ligado a um nível baixo de escolaridade e de condições de vida, não sei. Parece que os animais só são nossos amigos nos livros, não na vida real." O fotógrafo acredita que Lloyd é um cão absolutamente saudável. "Ele comunica e aprecia o tempo que passa junto de outros animais e não revela qualquer problema. Acho que é um cão saudável, física e psicologicamente. Durante o tratamento, ele mostrou uma grande vontade de viver." Na Bielorrússia, não existem serviços governamentais para o apoio aos animais errantes, as entidades sanitárias limitam-se a recolher e a abater os animais.

Os dias seguintes à operação foram os mais difíceis. Lloyd teve febre e dores.
Quando Lloyd fica cansado, senta-se e espera que o transportem ao colo.
Existem vários casos de cães que caminham só em duas patas.
As reacções externas à deficiência de Lloyd: desde ofertas de ajuda até ameaças de morte.
Olya desinfecta as feridas todos os dias, de manhã e à noite.
Lloyd teve diversas recaídas: febres e tumores sobre as feridas voltaram de forma recorrente.
Raio X de Lloyd. 3 meses depois, as feridas estavam quase fechadas.
A busca por novos donos foi prolongada.
Lloyd toma banho após passeio.
Lloyd na sua casa temporária.
Lloyd torna-se mais independente a cada dia que passa. Em passeio.
Não existem programas governamentais para cuidar de animais rejeitados ou de controlo de natalidade.
Lloyd vai ao veterinário. Foi assim que Olya conheceu Lloyd.
Mesmo um ano após a cirurgia, Lloyd necessita de cuidados médicos.
No veterinário.
Depois de cuidarem de Lloyd , Olya e Igor decidiram ficar com ele.
Olya:
Lloyd tem uma vida normal.