Djhokhar Tsarnaev considerado culpado dos atentados em Boston

Sentença deverá ser anunciada nas próximas semanas. O mais provável é a pena de morte, mas a defesa tenta a prisão perpétua.

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O jovem foi considerado culpado de todos os crimes e deverá ser executado por injecção letal Lisa Hornak/Reuters

Tal como era esperado, um júri federal norte-americano considerou o jovem Djhokhar Tsarnaev culpado de ter cometido o duplo atentado na maratona de Boston, em 2013, que fez três mortos e 264 feridos. Nos próximos dias deverá começar a segunda fase do julgamento, que vai determinar se Tsarnaev será condenado à pena de morte.

Djhokhar Tsarnaev, de 21 anos, foi acusado de 30 crimes, 17 dos quais puníveis com a pena de morte. No final de 11 horas de deliberações, o júri considerou- o culpado de todos os crimes de que era acusado.

O facto de ter sido considerado culpado não constituiu uma surpresa, já que nem os seus advogados contestavam o envolvimento de Tsarnaev nos atentados.

“Não negamos que Jahar [alcunha dada ao réu] participou no sucedido”, disse a advogada de defesa, Judy Clarke, durante as alegações finais. Mas a principal responsabilidade do atentado, assegurou, foi do irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, que foi morto durante a perseguição policial. “Se não fosse por Tamerlan, isto não teria acontecido”, disse a advogada.

A estratégia da defesa é convencer o tribunal a não condenar Djhokhar Tsarnaev à pena de morte, com o argumento de que o jovem foi influenciado e forçado a participar no crime pelo seu irmão mais velho – se não for executado por injecção letal, a única alternativa que resta a Djhokhar Tsarnaev é a prisão perpétua.

De acordo com os relatos dos media norte-americanos, o jovem assistiu impassível à deliberação do júri – um colectivo constituído por sete mulheres e cinco homens.

No lado da acusação, o Departamento de Estado quis passar a imagem de que Tsarnaev agiu como um extremista islâmico auto-radicalizado, com o objectivo de se vingar da morte de muçulmanos pelo Exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.

O argumento da defesa – de que Djhokhar Tsarnaev só participou nos atentados por pressão do seu irmão – foi atacado pelo Departamento de Estado: “Naquele dia, eles sentiram-se soldados. Eles eram os mujahedin e estavam a trazer a guerra para Boston”, disse o procurador norte-americano Aloke Chakravarty.
 

  

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