Espaço académico vai para o Arco do Cego em 2017

Antiga gare dos eléctricos da Carris deverá entrar em obras no final deste ano para acolher uma extensão do Instituto Superior Técnico, aberta dia e noite

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Nuno Ferreira Santos

O Instituto Superior Técnico (IST), da Universidade de Lisboa, espera lançar no segundo semestre deste ano o concurso público destinado a adjudicar as obras de reconversão da antiga gare de eléctricos do Arco do Cego numa unidade polivalente de apoio ao vizinho campus da escola. As obras têm um custo estimado de 3,3 milhões de euros e deverão estar concluídas no início de 2017.

A apresentação do futuro espaço de encontro, aprendizagem e investigação académica decorreu nesta segunda-feira no Salão Nobre do IST. O presidente do instituto, Arlindo Oliveira, referiu que o local  – ao qual os responsáveis se referem agora como Técnico Learning Center – será especialmente dedicado aos alunos e à interacção entre estes e as empresas, sendo “aberto a toda a academia de Lisboa”.

Do mais que disse pouco se entendeu em grande parte da sala, repleta de alunos, professores e convidados, na qual a aparelhagem sonora também não ajudou a perceber a voz mais sumida do coordenador do estudo prévio, nem a mais grossa do presidente cessante da Câmara de Lisboa, um dos outros intervenientes na cerimónia.

Com o apoio de quem estava mais perto do palanque foi no entanto possível saber que o presidente da associação de estudantes do IST, Pedro Sereno, também vê com bons olhos as futuras instalações. O dirigente associativo aproveitou a presença de um candidato a candidato a Presidente da República, Sampaio da Nóvoa (ex-reitor da Universidade de Lisboa) e de um candidato a primeiro-ministro, António Costa, para deixar um recado com muitos destinatários sob a forma de uma pequena história. Contou que há algum tempo, a chegar ao aeroporto de Estocolmo, sofreu um “choque”.

Numa grande e bem visível faixa, os estudantes e professores das universidades suecas desejavam as boas-vindas a todos os visitantes que chegam ao país. O “choque”, explicou, surgiu de uma lembrança: em Lisboa, quando chegamos, quem dá as boas vinda é a “cidade da Moda”, o Freeport e outras marcas.

A transformação da estrutura metálica e da parede de tijolo que sobram das três naves da antiga estação de eléctricos num centro académico, construído e gerido pelo IST, resulta de um acordo assinado entre o município e a escola já em 2011. As naves, com cerca de 3300 metros quadrados e actualmente ocupadas por um parque de estacionamento que será transferido para o subsolo da vizinha Av. Defensores de Chaves, albergaram o terminal de autocarros Expresso de Lisboa entre 1998 e 2004, altura em que foi anunciada para o local a instalação de um museu dos transportes.

Logo após a saída dos expressos, o recinto que envolve a antiga gare dos eléctricos foi transformado num espaço verde, que depois foi integrado na intervenção mais profunda que permitiu a pedonalização da Av. Duque de Ávila.

De acordo com apresentação do então chamado “Espaço IST” feita no Verão de 2013, altura em que foi formalizada a cedência das naves pelo município, ficou a saber-se que a ideia consiste em criar ali uma biblioteca, uma área polivalente, um núcleo expositivo, estúdios e uma área de trabalho denominada “espaço 24”, à qual os estudantes terão acesso dia e noite.

De acordo com o que se percebeu da intervenção do coordenador do estudo prévio da intervenção, professor António Ferreira, o projecto deverá restaurar e valorizar o que sobra das três naves do início do século XX, dando-lhe protagonismo no jardim contíguo e em toda a envolvente urbana. Cerca de 20% da área da antiga gare (695 m2) serão utilizados para instalar o Posto de Socorro Avançado dos Sapadores Bombeiros que substituirá o actual quartel da Av. Defensores de Chaves.

O ante-projecto do novo espaço, que não foi distribuído aos jornalistas por supostamente se encontrar na página do IST, deixou de estar localizável nesse site a meio da tarde.

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