Melgaço feliz com projecto transfronteiriço por “potenciar” turismo termal

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Fernando Veludo/nFactos

O presidente da Câmara de Melgaço congratulou-se nesta terça-feira com o projecto transfronteiriço "A Raia Termal", que pressupõe um investimento de 2,5 milhões euros, por "valorizar e potenciar" o turismo termal, "importante pilar da economia local".

"Através do protocolo que assinámos com as autoridades espanholas, vamos poder ir a jogo e encontrar financiamento para investir nos espaços termais e promover a sua divulgação", disse o autarca socialista Manoel Batista.

As câmaras de Melgaço e Terras do Bouro assinaram na segunda-feira, em Madrid, um protocolo com as autoridades espanholas para concretizar um projecto nas bacias dos rios Lima e Minho, que pressupõe um investimento europeu de 2,5 milhões de euros, no âmbito do Programa de Cooperação Transfronteiriça (POCTEP).

"O Ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, através da Confederação Hidrográfica do Minho-Sil, e o Conselho Provincial de Ourense vão impulsionar o projecto de cooperação transfronteiriça 'A Raia Termal', que tem como objectivo a protecção ambiental do património natural e fluvial vinculado aos recursos termais transfronteiriços", indicou o ministério espanhol, em comunicado.

O projecto visa "criar valor nos espaços naturais e fomentar o turismo termal de qualidade – relacionado com o ócio, a saúde e o património", favorecendo com isso "a actividade económica das povoações limítrofes de Ourense e do norte de Portugal".

Segundo o autarca de Melgaço, aquele projecto "prevê a criação de uma rede que vai ligar os espaços termais existentes dos dois lados da fronteira, potenciando a sua utilização e permitindo o intercâmbio dos frequentadores em qualquer um dos espaços termais instalados nos dois países". "É um projecto muito importante porque se abre uma oportunidade de utilização dos novos fundos comunitários na promoção e valorização de um pilar importante da nossa economia", sustentou Manoel Batista.

O Parque Termal do Peso, em Melgaço, classificado em 2013 pela secretaria de Estado da Cultura como monumento de interesse público, reabriu em Abril de 2013, cerca de uma década depois do encerramento e fruto de um investimento de 5,5 milhões de euros.

É propriedade do grupo Unicer mas a gestão de todo o espaço foi entregue ao município, por 35 anos, para potenciar a sua utilização turística. A gestão é assegurada pela empresa municipal e na qual o município detém 51% do capital social, cabendo os restantes 49% ao grupo privado Casais.

A exploração, nestes moldes, está prevista até 2035, com possível prorrogação até 2045, segundo o contrato de concessão.

A reabilitação daquele espaço custou 5,5 milhões de euros e envolveu a requalificação integral do Parque Termal do Peso, que estava em avançado estado de degradação.

A obra foi comparticipada por fundos comunitários em 71%, cabendo a comparticipação nacional à empresa privada. Nos arranjos exteriores foram investidos 600 mil euros, comparticipados em 85% por fundos comunitários, assegurando o município a componente nacional.

O projecto 'Raia Termal' surge integrado no Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal, financiado pela União Europeia, e incluirá acções de protecção e conservação dos espaços naturais do Rio Minho e do rio Sil (o seu maior afluente, na Galiza).

Também incluirá a melhoria da qualidade ambiental da água nos troços transfronteiriços das bacias do Lima e do Minho.

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