Banco de Inglaterra faz testes de stress a sete instituições financeiras

Supervisor quer saber como os bancos reagiriam a abrandamento chinês e a nova recessão na zona euro.

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O Barclays é um dos bancos que estará sob exame Foto: Shamila Mussa (arquivo)

O Banco de Inglaterra vai submeter a testes de resistência (stress tests) as sete maiores instituições financeiras sobre as quais exerce a supervisão. O objectivo é medir se os bancos analisados estariam em condições de enfrentar uma crise económica global.

A esta acção de análise irão comparecer os sete maiores bancos do Reino Unido, nomeadamente, o Barclays, o Lloyds, o HSBC, o Royal Bank of Scotland e o Santander Reino Unido. A Nationwide Building Society, que se dedica aos empréstimos hipotecários, também será chamada a prestar informação.

Diferente é a situação do Co-operative Bank, que no ano passado chumbou os testes de stress e que, por estar sujeito a um regime de recapitalização e de reestruturação orgânica, está dispensado de ir a exame.

O novo exercício de monitorização por parte do banco central inglês vai ter este ano como enfoque a capacidade que as instituições financeiras têm para enfrentar cenários adversos relacionados com um abrandamento da taxa de crescimento chinês, com o regresso da zona euro a um cenário de recessão profunda e com a eventualidade de alguns países emergentes entrarem numa crise de pagamentos.

A intenção do Banco de Inglaterra é a de saber como, num cenário de crise, reagiriam os principais rácios das instituições financeiras britânicas – tanto o de solvabilidade, como de alavancagem. Nos casos em que os resultados  não forem satisfatórios, a autoridade monetária poderá exigir reforços de capital que coloquem os rácios numa zona de conforto.

No quadro definido pelo regulador, os bancos têm de responder, entre outras questões, sobre como ficariam se o produto interno bruto chinês caísse para taxas de crescimento inferiores a 2% (o país asiático creceu 7,4% em 2014) e se o preço das casas na segunda maior economia do mundo registasse um recuo de 35%.

Um quadro deste tipo, afirmava no domingo o jornal Financial Times, deveria ter consequência mais graves para o HSBC e para o Standard Chartered, uma vez que parte substancial dos seus resultados líquidos têm origem precisamente na região asiática.

Apesar de a Grécia andar nas bocas do mundo e uma saída da zona euro não estar completamente excluída, este caso não está presente na tabela de análise do Banco de Inglaterra. Mas a hipótese de uma recessão profunda na zona euro está prevista e, nesse caso, os grandes bancos britânicos teriam que manter margens de 4,5% no capital de qualidade face a activos de risco e de 3% no rácio de alavancagem.

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