Dalí e Picasso, enfim juntos em Barcelona

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O cubismo e o surrealismo são aventuras poderosas na vida e na obra dos dois pintores espanhóis DR

Setenta e oito inícios de conversa, ou qualquer coisa assim, em Barcelona. Uma conversa virtual, mediada apenas pelas obras, as 78 que podiam iniciar um debate entre Pablo Picasso e Salvador Dalí, amigos ou rivais – artistas espanhóis cuja relação pode ser explorada em Barcelona desde dia 20 e até ao final de Junho no Museu Picasso.

É a primeira vez que se realiza uma exposição que põe frente a frente os dois génios da arte do século XX e que explora a sua relação. E está agora mais perto de Portugal, depois de se ter inaugurado nos EUA em Novembro – sendo que a sua itinerância acaba mesmo na cidade catalã.  

A guerra civil espanhola, o projecto surrealista dos anos 1930, a vida em Paris nos anos 1920 – foram muitos os pontos de contacto. Dalí/Picasso é uma exposição que explora a relação entre os dois artistas, politicamente em extremos opostos do espectro, artisticamente mais influentes no trabalho de cada um do que o que se pensaria. “Antes de visitar o Louvre, decidi vir vê-lo”, disse o jovem Dalí quando chegou ao estúdio de Picasso na capital francesa em 1926.

“À primeira vista”, disse ao El País William Jeffett, um dos comissários da mostra, parecem duas personagens de personalidade muito diferente, mas se analisarmos o Picasso dos anos 1920, uma celebridade, rico, que se passeia num enorme carro com motorista, que manda fazer os seus fatos à medida, damo-nos conta de que é muito parecido com o personagem que viria a ser Dalí”.

Pinturas, desenho, esboços e esculturas, algumas das quais raramente emprestadas, como explica o Museu Picasso na apresentação da mostra, provêm de mais de 25 museus de todo o mundo e juntam-se em Barcelona numa mostra organizada pelo museu catalão em colaboração com o Museu Dalí de São Peterburgo, na Flórida. 

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