UOU: este carro futurista é eléctrico e português

Isa Silva e Hugo Teixeira desenvolveram um veículo eléctrico, capaz de gerar energia própria e de proporcionar uma visão a 360º. O preço do UOU, com três rodas e capacidade para duas pessoas, começa nos 3500 euros

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Português, económico e “100% eléctrico”, o UOU é um triciclo com uma capota transparente, pensado para cidades e para percursos turísticos. De aspecto futurista, pode ser carregado numa tomada doméstica convencional e uma série de bateria confere-lhe uma autonomia de 40 quilómetros, dependendo do tipo de percurso e “da produção de energia do próprio utilizador”.

Isto porque o UOU possui um sistema de micro-geração de energia, inspirado num processo semelhante utilizado no campismo, mas adaptado à mobilidade. “Criámos um sistema de ‘steps’, parecidos com os usados para desportos, que o utilizador pode calcar, recarregando as baterias do veículo em andamento”, revela Isa. Tudo para, sublinham Isa Silva e Hugo Teixeira, “desenvolver um dos veículos eléctricos mais económicos do mercado”.

Porquê UOU? “Nós queríamos que o veículo fosse recebido no mercado com espanto. E daí surgiu UOU, porque todas as pessoas a quem mostrávamos o projecto já concebido dizam “wow”. Acabou por ficar”, conta Isa, designer de 26 anos. A ideia é que este seja um “carro divertido”, inspirado em veículos futuristas. Daí que, do seu interior, condutor e passageiro tenham “visão a 360º”, característica “óptima para o turismo”.

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Neste momento, apenas existe um destes carros construído e disponível para um “test drive” — que pode ser pedido online e realizado no Europarque, em Santa Maria da Feira. Há mais dez a serem produzidos, em Ovar, com componentes importados e nacionais, destinados a empresas. A partir do fim de Maio, vão poder ser vendidos ao público em geral.

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UOU pode circular em ciclovias

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Com capacidade para duas pessoas e uma pequena área para bagagens, o preço oscila entre os 3500 e os 4000 euros. Uma vez que o UOU é considerado um velocípede, Isa e Hugo viram-se obrigados a limitar a velocidade, que não ultrapassa os 25 quilómetros por hora. “Como é mais vocacionado para percursos citadinos, não necessita de tanta velocidade, [esta] chega perfeitamente”, assegura Isa. A principal vantagem desta limitação é o facto de poder circular em ciclovias — “que, às vezes, coincidem com zonas de maior interesse turístico”.

Este carro não tem mudanças, apenas um acelerador e um travão, e um guiador semelhante ao das bicicletas. Apesar do motor ter “apenas 250 watts — o valor por lei para um velocípede”, os criadores garantem que se comporta bem em subidas, uma vez que “a força do binário é elevada”. “Se for uma subida muito íngreme, vai diminuir a velocidade, tem as mesmas limitações que os outros veículos eléctricos”, explicam. A capota de poliuretano abre automaticamente e o UOU pode ser utilizado com a capota toda fechada, semi-aberta e completamente aberta.

Outra das vantagens de um veículo como este, apontam Isa e Hugo, prende-se com a manutenção. “Os motores eléctricos não têm muito desgaste mas nós assumimos a manutenção, mediante uma garantia”, dizem.

Para já, a estratégia de Isa e Hugo passa pela exploração turística e a nível autárquico: “Os veículos podem ser inseridos num sistema de ‘car sharing’, para completar a rede de transportes públicos e dinamizar um pouco a mobilidade nos centros históricos.”

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