Tem sido uma das formas usadas para mostrar a sua força simbólica e para dar testemunho da relevância da memória histórica. Falamos dos cartazes do festival de Cinema de Cannes. O ano passado, vimos uma imagem de Marcelo Mastroianni enquanto protagonista do 8 e ½ de Federico Fellini. Este ano, a 68ª edição do Festival de Cannes terá como rosto Ingrid Bergman (1915-1982), actriz de Alfred Hitchcock, de Ingmar Bergman ou de Roberto Rosselini, também seu marido, mulher que contracenou com Bogart ou Cary Grant, Presidente, voilá, do Júri do histórico festival no sul de França em 1973.

“A minha família e eu mesma estamos muito sensibilizados por o Festival de Cannes ter escolhido a nossa maravilhosa mãe para figurar no cartaz oficial, no ano do centenário da sua nascença”, reagiu Isabella Rossellini, citada no comunicado emitido esta segunda-feira pela organização do festival. Acrescentou a actriz: “O seu excepcional percurso passou por vários países, das pequenas produções artesanais europeias às grandes máquinas hollywoodescas. A mamã adorava o seu trabalho de actriz: para ela, representar não era uma profissão, mas uma vocação”.

A organização de Cannes, por sua vez, descreve a actriz de Viagem a Itália, Stromboli (títulos que integram a retrospectiva, de 10 títulos, dedicada a Rossellini, que esta semana começará a ser mostrada em Lisboa, estendendo-se depois ao Porto), Por Quem os Sinos Tombam ou Casablanca, nascida em Estocolmo a 29 de Agosto de 1915, como “ícone moderno, mulher livre, actriz audaciosa” que mudou “de papéis e de país de adopção ao sabor das suas paixões, sem jamais perder o que tinha de graça e simplicidade”.

O cartaz, da autoria de Hervé Chigioni, já responsável pelo de 2014, foi criado a partir de uma fotografia de David Seymour, um dos co-fundadores da Magnum.

O Festival de Cannes, que acontecerá entre 13 e 24 de Maio, terá nesta edição, e pela primeira vez na sua história, dois presidentes do Júri. Serão Joel e Ethan, os irmãos Coen.