EUA retiram conselheiros militares do caos do Iémen

Presidente Mansour Hadi pede a "intervenção urgente" das Nações Unidas para impedir a desagregação do país. Milícias xiitas huthis tomaram Taiz, a terceira maior cidade do Iémen.

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Manifestantes anti huthi são atingidos pela polícia aliada à milícia xiita na cidade de Taiz, no Sul do país REUTERS/Anees Mahyoub

Os cem operacionais das forças especiais do Exército dos Estados Unidos envolvidos em operações de contra-terrorismo no Iémen receberam ordem de retirada este fim-de-semana, no meio de uma escalada de violência sectária que culminou com a tomada de Taiz, a terceira maior cidade no Sul do país, pelos combatentes da milícia xiita huthi.

A expansão territorial dos huthi, que também já dominam a capital Sanaa, levou o Presidente do Iémen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, a pedir a “intervenção urgente” do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este domingo. “Apelo ao Conselho de Segurança que assuma as suas responsabilidades para proteger a segurança e a legitimidade no Iémen”, lia-se no documento remetido à ONU por Mansour Hadi, que está refugiado em Aden, no Sul do país há mais de um mês.

O Presidente, que acusa o movimento rebelde huthi, apoiado pelo Irão, de tentativa de golpe de Estado, quer que seja aprovada uma resolução uma “intervenção urgente” contra as milícias e os seus aliados, de forma a salvaguardar “a autoridade do Estado, a paz e a estabilidade do Iémen”. Segundo a Reuters, o Conselho de Segurança está a negociar uma posição sobre a situação no Iémen, um país em aparente desagregação – para a reunião de emergência deste domingo, foi convocado o mediador das Nações Unidas, Jamal Benomar, e os embaixadores dos países do Golfo.

Além das milícias huthi, o Iémen também está sob o ataque dos radicais da Al-Qaeda na Península Arábica e dos militantes sunitas do Estado islâmico, que na passada sexta-feira reivindicaram os ataques em duas mesquitas de Sanaa que mataram mais de 120 pessoas, xiitas que participabvam nas orações. A proliferação de grupos terroristas no país levou ao destacamento de um contingente militar norte-americano – composto por tropas especiais como comandos e fuzileiros – para apoiar as operações de recolha de informações e contra-terrorismo, e ainda para o treino das forças nacionais.

Apesar de os conselheiros militares dos EUA não estarem envolvidos em manobras de combate no terreno, o Pentágono considerou que o risco de permanência no Iémen era demasiado elevado, e deu ordem para o regresso a casa dos seus homens.

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