Nesta impressora 3D os objectos crescem a partir de resina

Chama-se CLIP e imprime objectos através do equilíbrio entre luz e oxigénio.

Nesta impressora 3D os objectos crescem a partir de resina

Há mais uma impressora 3D no mundo mas esta entrou directamente para a lista como sendo revolucionária. Isto porque usa uma tecnologia que através da manipulação da luz e do oxigénio imprime objectos, não camada-por-camada como até aqui, mas que emergem de uma forma contínua de uma resina líquida. O produto da startup a Carbon3D, de Silicon Valley, foi apresentada na TED, conferência sobre tecnologia, entretenimento e design, em Vancouver, Canadá.

Quando se vê o vídeo de apresentação da Carbon3D da sua tecnologia CLIP (Continuous Liquid Interface Production), parece estarmos a ver imagens a andar para trás. Uma estrutura eleva-se sobre uma base com alguns centímetros de espessura cheia de um líquido vermelho. A cada milímetro que esta espécie de braço sobe faz “crescer” um objecto.

Na TED, a Carbon3D fez uma demonstração semelhante e imprimiu ao vivo uma bola a partir de uma resina que ficou concluída ao fim de 10 minutos. A rapidez da tecnologia CLIP é outra das suas características fortes e Joseph DeSimone, presidente executivo da startup, fez questão de sublinhá-lo na conferência em Vancouver. “Tradicionalmente, levaria até 10 horas para imprimir isto”, disse à audiência, segundo a BBC. “Há cogumelos que crescem mais rapidamente do que algumas partes impressas em 3D”, ironizou depois. Outra das falhas das impressoras 3D apresentadas até agora é que os objectos que produzem têm estruturas geralmente muito frágeis porque são impressos camada-a-camada.

Segundo a Carbon3D, a tecnologia CLIP permite impressões 25 a 100 vezes mais rápidas e objectos mais sólidos e resistentes e com “propriedades mecânicas consistentes”. A empresa destaca ainda que a impressora permite a utilização de uma vasta gama de materiais polímeros, nomeadamente plásticos.

E como é que funciona esta tecnologia? Tudo começa com uma espécie de janela que deixa transparecer a luz e é permeável ao oxigénio, como as lentes de contacto. Através do controlo do fluxo de oxigénio na janela, a CLIP cria uma “zona morta”, uma camada fina de resina não tratada entre a janela e o objecto.

As imagens do modelo do objecto em 3D são projectadas sobre a resina sob o comando de um software específico. A luz ultravioleta (UV) inicia o processo de endurecimento da resina, enquanto o oxigénio desacelera esse processo. “Ao equilibrar cuidadosamente a interacção da luz UV, que desencadeia a fotopolimerização da resina, e oxigénio, que inibe a reacção, a CLIP faz crescer objectos continuamente a partir de um reservatório de resina a uma velocidade 25 a 100 vezes mais rápida do que a impressão tradicional em 3D”, explica a empresa no seu site.

A Carbon3D afirma que a tecnologia CLIP permite a produção mais rápida de produtos, desde partes de carros, aparelhos médicos, próteses dentárias ou até sapatos.

Para já, a impressora apenas permite impressões em materiais polímeros mas Joseph DeSimone indicou à BBC que a empresa está a trabalhar para que outros materiais possam vir a ser utilizados. A Carbon3D espera que a sua impressora chegue ao mercado no espaço de um ano.

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