Sniper Americano é um filme anti-guerra, diz Clint Eastwood

Para o realizador, o filme campeão de bilheteiras de 2014 é sobre o impacto da guerra nas famílias dos soldados.

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Clint Eastwood diz não ter sido a favor das guerras do Afeganistão e Iraque AFP

É o filme e o próprio realizador. Quem o diz é Clint Eastwood. Numa conversa com os alunos da Loyola Marymount University School of Film and Television, em Los Angeles, o realizador disse que o filme baseado na história real de Chris Kyle, o atirador de elite da guerra no Iraque, é anti-guerra, ao contrário do que a maioria das críticas apontaram.

Foi um sucesso de bilheteiras, somou seis nomeações aos Óscares, tendo conquistado a estatueta dourada na categoria de montagem de som, e reacendeu o debate sobre a guerra no Iraque. Um pouco por todo o mundo, os críticos, e o próprio público, apontaram a exaltação da guerra. Um filme bélico no seu todo. Mas afinal, não é bem assim. Para Clint Eastwood, Sniper Americano é um filme bom para veteranos. “Mostra o que é que eles estão a passar”, apontou o realizador, de 84 anos.

Para o realizador, o filme, que foi o mais rentável de 2014, é sobre o impacto que a guerra tem na família mais do que sobre o conflito em si. “Mostra as tensões a que estão sujeitas as mulheres e as famílias dos veteranos. Acho que isso faz com que a mensagem que se passe seja anti-guerra”, afirmou Eastwood.

Clint Eastwood, que já fez filmes de guerra no passado, explicou aos alunos da Loyola Marymount University School of Film and Television que actualmente é preciso pensar para se perceber se faz sentido fazer um filme assim. “É uma daquelas coisas que tem de ser feita com imenso pensamento.”

“Não fui um grande fã das guerras do Afeganistão e Iraque por várias razões”, continuou o realizador, para quem os Estados Unidos deviam ter olhado para o que estava a acontecer no Afeganistão antes de entrarem em guerra. “Os britânicos não foram bem-sucedidos lá, os russos estiveram dez anos e também não conseguiram”, explicou. Sobre o Iraque, Eastwood admite ser outra coisa: “Nunca soubemos como é que poderia acabar, fossemos a favor ou contra”.

O realizador admite que o filme glorifica o sniper Chris Kyle mas ao mesmo tempo mostra o arrependimento do atirador. “É como é e eu acho que é anti.”

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