Meo Arena quer ser parceira da Associação Comercial do Porto no Rosa Mota

Sgundo a ACP, além da Meo Arena, haverá, eventualmente, outro parceiro envolvido na candidatura ao Rosa Mota.

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A Câmara do Porto não quer construções novas junto ao Pavilhão Rosa Mota Paulo Ricca/Arquivo

A Meo Arena formalizou nesta sexta-feira a vontade de concorrer à reabilitação e exploração do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, numa parceria com a Associação Comercial do Porto (ACP) que pode ainda envolver “outros parceiros locais”.

A informação foi adiantada à Lusa por Luís Montez, sócio da Meo Arena, de Lisboa, no fim de uma reunião com Nuno Botelho, presidente da ACP, entidade que a 04 de Março revelou o interesse no concurso, juntamente com “os parceiros que encontrou”.

Contactado pela Lusa, Luís Montez confirmou que “há essa vontade de fazer um consórcio” com a ACP para concorrer ao ‘Rosa Mota’, mas alertou ser necessário “começar a trabalhar” para avaliar “se faz sentido” avançar.

“A entrar no concurso, a Meo Arena tinha de o fazer com parceiros locais, como a ACP. A ACP está interessada, há vontade de fazer um consórcio e estabeleceram-se as regras do jogo. Vamos começar a trabalhar para ver se faz sentido concorrer ou não”, explicou Montez.

“Para já, há essa vontade de concorrermos juntos [com a ACP]. Se calhar também com outro parceiro. Tem de ser sempre com parceiros do Porto, em que seremos minoritários”, afirmou o sócio da Meo Arena.

“Quanto mais parceiros do Norte, melhor”, acrescentou.

Contactado pela Lusa, Nuno Botelho, presidente da ACP, observou que, para além da Meo Arena, “haverá, eventualmente, outro parceiro envolvido” na candidatura ao Rosa Mota.

Sem querer adiantar muitos detalhes sobre o processo, Nuno Botelho acrescentou apenas que a ACP está “empenhada em apresentar uma boa proposta”.

Nuno Botelho disse a 04 de Março à Lusa que a ACP e “os parceiros que encontrou” para se candidatar à reabilitação e exploração do Pavilhão Rosa Mota mantêm o interesse no concurso, apesar das alterações feitas no fim de Fevereiro ao caderno de encargos e ao prorrogamento do prazo para apresentação de propostas até 24 de Maio.

O presidente da ACP não quis, na altura, fazer comentários sobre o facto de outra empresa interessada na concessão sustentar, na plataforma electrónica de compras públicas, que o caderno de encargos do concurso transforma o equipamento num “mini Meo Arena” e deixa dúvidas sobre a possibilidade de ali instalar um centro congressos.

As considerações da candidata baseiam-se na diferença de 42.200 metros quadrados entre os dois espaços e servem para duvidar da possibilidade de instalar no Rosa Mota “um centro de congressos para seis mil pessoas”, conforme “anunciado pelo presidente da Câmara”, já que o Pavilhão tem “4800 metros quadrados” e isso corresponderia a “0,8 metros quadrados por pessoa”.

No caderno de encargos do procedimento, a que a Lusa teve acesso, não é referida a capacidade que deverá ter o centro de congressos, explicando-se apenas que a reabilitação deve transformar o Rosa Mota num “equipamento cultural polivalente, que incluirá obrigatoriamente um centro de congressos de grande dimensão”.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, anunciou a 18 de Setembro de 2014 a intenção de abrir um concurso público internacional para o Pavilhão Rosa Mota para o concessionar por 20 anos, assegurando que a empreitada seria “restrita ao próprio Pavilhão, sem “acrescentos ao edifício”.

A Câmara do Porto abandonou em Dezembro de 2012 a parceria público-privada com a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Parque Expo, o Pavilhão Atlântico e o Coliseu do Porto para um projecto que chegou a atingir os 25,7 milhões de euros e que previa a reabilitação do Rosa Mota e instalação de um centro de congressos nos jardins do Palácio.

A decisão surgiu depois de, em Maio, a autarquia ter perdido 5,8 milhões de euros de fundos comunitários no âmbito de um negócio em que ficava com a maior fatia do investimento inicialmente previsto (cerca de 10 milhões de euros num total de 19 milhões).

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