Jack White oferece-nos o primeiro Elvis de sempre no Record Store Day

O músico foi o comprador secreto da primeira gravação de Presley, um single em vinil de dez polegadas com covers. E vai reeditá-lo.

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Jack White em concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em 2012 Miguel Manso

Jack White foi às compras mas ninguém sabia – foi ele o comprador que, primeiro sob anonimato e agora já tornado público, arrematou o primeiro vinil gravado por Elvis Presley num leilão em Janeiro.

O precioso disco, que conta com covers das baladas My happiness e That's when your heartaches begin, dos anos 1930, foi gravado em acetato em 1953 pelo futuro “rei do rock'n'roll”. Elvis tinha 18 anos e no dia 18 de Julho de 1953 pagou quatro dólares para gravar uma única cópia no Sam Phillips' Memphis Recording Service com as covers em causa. O disco vai agora ser reeditado pela Third Man Records de White para o Record Store Day, a 18 de Abril.

A história foi contada por Jack White à revista norte-americana Billboard, que o põe na capa com um vinil em chamas para ilustrar os números recorde de vendas deste suporte, os 20 anos de Alta Fidelidade de Nick Hornby e para relatar como testemunhou a entrega do raríssimo vinil por um homem com uma “misteriosa mala negra” que continha o disco de dez polegadas. Viajou com ele de Memphis até Nashville, onde foi recebido pelo seu novo dono.

“Esta é a primeira gravação alguma vez feita por Elvis Presley”, anunciou Jack White à sua equipa nos escritórios da sua editora em Nashville – equipa essa que tem um uniforme obrigatório, eles de fato preto e gravata preta e amarela às riscas e elas de vestido amarelo. “No Record Store Day, a Third Man Records vai editá-lo em vinil.” A edição será limitada, mas dentro de algum tempo a editora vai lançar uma versão deste single numa edição mais numerosa e com som restaurado.

No leilão, com uma licitação de 276 mil euros (o triplo do valor inicialmente estimado para a sua venda), comprou o disco guardado até então pela filha de Ed Leek, amigo de Elvis a quem tinha sido oferecido o documento único, 78 rotações por minuto de um ícone a despontar. Agora, a aventura da reedição. Será uma recriação meticulosa, reproduzindo o método de embalagem – etiquetas antigas reutilizadas e cujo verso recebeu então os títulos das canções escritas à máquina, capas anónimas.

Um dos símbolos da reedição e comercialização do vinil, Jack White deixou algumas pérolas à Billboard sobre os seus hábitos de consumo musical. Não é um purista e até acha que os CD e os formatos digitais cumprem uma função essencial – “podemos ouvi-los muito alto”. Mas a sua máxima é mesmo “digital no carro, vinil no quarto”.

 

     

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