Sindicato pede demissão do presidente do INEM, ministério mantém confiança

Representantes dos técnicos queixam-se de várias acções de Paulo Campos e criticam suposto caso de favorecimento da mulher do presidente.

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Segundo o presidente do INEM, apenas está a ser ponderado o fim do transporte nocturno dos helicópteros ligeiros Nelson Garrido (arquivo)

O secretário de Estado adjunto da Saúde ausentou-se nesta quarta-feira por alguns momentos da comissão parlamentar onde o ministro Paulo Macedo estava a ser ouvido para receber o Sindicato dos Técnicos de Ambulância e Emergência (STAE). A estrutura aproveitou a presença do Ministério da Saúde no Parlamento para entregar uma carta em que solicitam a demissão do presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e conseguiu marcar para a próxima semana um encontro que dizem aguardar há meses. Mas, aos deputados, Fernando Leal da Costa assegurou que mantém a confiança em Paulo Campos.

Segundo explicou aos jornalistas o presidente do STAE, Pedro Moreira, que representa cerca de 80% dos 900 técnicos de ambulância, o presidente do INEM não tem respeitado as condições de trabalho dos técnicos, o que tem culminado em várias demissões, e tem até aberto processos disciplinares aos delegados sindicais na sequência de notícias negativas sobre a instituição. Pedro Moreira, destaca o recente caso que está a ser investigado pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) para averiguar o desvio do trajecto de uma ambulância com uma doente considerada “prioritária” - que terá ocorrido para que a mulher do presidente do instituto conseguisse entrar a horas no hospital de Gaia, onde trabalha.

A situação já foi negada e esclarecida por Paulo Campos. Agora, durante a comissão de saúde, Fernando Leal da Costa assegurou que mantém a confiança na actuação do presidente do INEM e adiantou que a investigação ao socorro da doente não indica que tenha existido qualquer atraso. Para o secretário de Estado os factos “não prefiguram de forma nenhuma uma circunstância de perturbação do atendimento” e sublinhou que a doente acabou por ter uma “resposta preferencial” ao ser encaminhada para o Hospital de Santo António e não para o Hospital de Gaia.

O caso, como o PÚBLICO noticiou, aconteceu no dia 2 de Março, por volta das 13 horas. A tripulação da Viatura de Emergência Médica e Reanimação (VMER) que acompanhava a ambulância com uma doente que ia ser transportada para o Hospital de Santo António (Porto) terá desviado o seu trajecto para que a mulher do presidente do instituto - que é enfermeira, colaboradora do INEM e tripulava a VMER - pudesse trocar com a equipa que a ia substituir, na rotunda de Vila de Este, o que obrigou a um desvio de alguns quilómetros.

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