Estádio mais caro do Mundial acolhe governo de Brasília
Mané Garrincha recebeu apenas duas partidas de futebol este ano.
Foi uma das sedes do Mundial de 2014 e está entre os três estádios mais caros do mundo, mas depois do torneio brasileiro o Mané Garrincha tornou-se num autêntico “elefante branco” em Brasília e recebeu apenas duas partidas de futebol este ano. Para alterar este subaproveitamento, o Governo regional do Distrito Federal vai transferir este mês para as instalações do recinto desportivo as sedes de três Secretarias de Estado, que irão poupar ao Executivo cerca de 10,5 milhões de reais (3,1 milhões de euros) anuais em despesas de aluguer.
Actualmente, estas três entidades – secretarias de Estado da Economia e Desenvolvimento Sustentável, do Desenvolvimento Humano e Social e do Desporto – estavam sediadas num prédio alugado, mas irão agora ocupar as 40 salas disponíveis no Estádio Nacional Mané Garrincha, numa lógica de corte nas despesas na administração pública do Distrito Federal. “O nosso objectivo é utilizar, ao máximo, espaços não onerosos para o Estado até que seja possível a transferência de todas as secretarias para o Centro Administrativo, em Taguatinga [a cerca de 25 quilómetros de Brasília], explicou Antonio Paulo Vogel, secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, citado pelo Jornal de Brasília.
Paralelamente, será dada alguma utilidade ao gigantesco recinto, que se estima ter custado ao erário público aproximadamente 565 milhões de euros. Um investimento esmagador numa capital federal que não tem nenhum clube na I Divisão brasileira há mais de uma década.
As raras ocasiões em que as bancadas do Mané Garrincha tiveram lotação esgotada ocorreram durante o Mundial, quando recebeu sete partidas. De lá para cá nunca mais voltou a acontecer. Este ano, o recinto recebeu duas partidas amigáveis, entre clubes de dimensão nacional, como foram os casos do Flamengo e do Cruzeiro.