Petraeus declarou-se culpado por revelar informação confidencial à amante

Demitido da chefia da CIA em 2012, David Petraeus conseguiu acordo para evitar julgamento e uma possível pena de prisão.

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Petraeus demitiu-se da CIA em 2012 Paul J. Richards/AFP

O ex-director da CIA e general das Forças Armadas dos EUA na reserva, David Petraeus, apresentou-se como culpado perante um tribunal federal pela partilha de informação confidencial com a sua amante enquanto liderava a agência de espionagem norte-americana.

A decisão do general de quatro estrelas na reserva surge no âmbito de um acordo obtido entre os seus advogados e o Departamento de Justiça. Assim, Petraeus evita uma pena de prisão e deverá cumprir dois anos de pena suspensa e pagar uma multa de 40 mil dólares (mais de 35 mil euros). Mais importante para o antigo general será, diz a imprensa norte-americana, poder não ir a um julgamento onde os detalhes da sua vida pessoal seriam escrutinados.

No acordo que assinou, Petraeus reconhece ter revelado informações confidenciais, incluindo conversas com o Presidente, Barack Obama, e admitiu ter mentido num interrogatório feito por agentes do FBI.

Petraeus, considerado como uma das mais célebres personalidades da vida militar norte-americana, caiu em desgraça quando em 2012 se tornou pública a relação extramarital com a sua biógrafa, Paula Broadwell.

Pouco mais de um ano depois de ter sido nomeado por Obama, o general demitiu-se da CIA e o Departamento de Justiça abriu uma investigação para saber se Petraeus tinha revelado informações sensíveis a Broadwell.

O acordo agora assinado confirma que Petraeus partilhou “informação classificada sobre as identidades de agentes secretos, estratégia militar, dados sobre mecanismos e capacidades, discussões diplomáticas, citações e discussões deliberativas de reuniões de alto nível do Conselho de Segurança Nacional e de discussões do réu David Howell Petraeus com o Presidente dos Estados Unidos da América”.

Antes de ter chefiado a CIA, Petraeus era visto como um dos mais respeitados membros das Forças Armadas norte-americanas. Liderou em 2007 uma força multinacional no Iraque, depois de várias funções durante a intervenção norte-americana no país. Em 2010 foi nomeado comandante das forças militares internacionais no Afeganistão.

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