Itália envergonha Escócia, Irlanda perto do bi

Após os triunfos forasteiros de transalpinos e galeses, os irlandeses derrotam a Inglaterra no jogo que encerrou a jornada 3 do Seis Nações

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Itália, País de Gales e Irlanda foram os vencedores da 3.ª jornada do Torneio das Seis Nações 2015, ronda que deixou a Escócia perto de garantir a indesejada “colher de pau” e a França novamente em depressão, após um desaire que deixa a equipa comandada por Philippe Saint-André fora da luta pela vitória na prova.

A ronda começou no sábado, em Edimburgo, onde a Itália defrontou a Escócia, tendo conseguido um triunfo merecido, com um ensaio de penalidade no último minuto do jogo (19-22). Os “azzurri” apesar de terem perdido os jogos inaugurais frente a Irlanda e Inglaterra, demonstraram nesses embates estarem num crescendo de forma, com uma defesa mais sólida, organizada e com um número de placagens avassalador.

A Escócia, sob a batuta do neozelandês Vern Cotter, tem aparecido com um râguebi mais atractivo e mais aberto, mas neste embate em casa, demonstrou uma enorme vulnerabilidade, naquilo que sempre a caracterizou: a excelência nas fases estáticas do jogo.

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Os escoceses foram mais dinâmicos na primeira parte, com bastante posse e uma penalidade convertida logo no primeiro minuto por Laidlaw, depois de uma entrada de lado no ruck de Francesco Minto. Aos sete minutos, um passe lento e denunciado do abertura Italiano Kelly Haimona, permitiu a intercepção de Mark Bennett e com a conversão de Laidlaw, a Escócia rapidamente se viu com uma vantagem de 10-0. Mas a Itália não demorou a responder e chegou também ao ensaio, por Furno, depois de um bom maul montado, que Haimona não conseguiu converter.

Os escoceses fizeram muitas faltas nas formações, perderam alinhamentos e não tiveram poderio defensivo nos mauls intensos montados pelos italianos, liderados por Parisse. Seguiu-se uma fase de penalidades para ambos os lados e um ensaio atípico: após uma penalidade falhada por Haimona, Venditti, que não desistiu de perseguir a bola, fez o toque de meta ao fechar da primeira parte (16-15).

Na segunda parte, assistiu-se a um jogo mais fechado, com uma Escócia lenta a reciclar a bola e com a ausência de Finn Russel a fazer-se sentir em demasia - Peter Horne não esteve à altura do desafio. Uma substituição precoce de Haimona, aos 44’, permitiu a entrada de Tommaso Allen, que oito minutos depois falhou uma penalidade que teria posto o seu lado na frente do marcador.

Os escoceses, sem grandes soluções, começaram a jogar mais ao pé, mas as placagens assertivas dos italianos continuaram, com Simone Favaro a fazer pelo menos duas placagens de encher o olho. Os últimos 10 minutos, no entanto, seriam decisivos. Um perigosíssimo maul dinâmico montado pelos italianos exigiu que a Escócia fizesse falta para parar o movimento e, com um alinhamento ganho, os italianos conseguiram colocar a bola em cima da linha de ensaio, tendo ganho assim uma formação atacante. Os britânicos recuaram e a mêlée colapsou, tendo dado origem a mais uma formação, desta vez com colapso do pilar direito italiano. Só que Peter Horne falhou o que não podia ter falhado, ao não conseguir colocar a bola fora, com um pontapé deficiente.

No seguimento, assistiu-se à Itália a montar mauls terrivelmente eficientes e os escoceses sem argumentos para travá-los. Primeiro Ben Toolis foi amarelado por ter derrubado o maul e, logo de seguida, após novo derrube intencionalmente pelos escoceses, o árbitro não hesitou em conceder um ensaio de penalidade. Com a conversão de Allen, ouviu-se o apito final e a Itália envergonhou a Escócia num departamento do jogo que habitualmente era claramente uma vantagem dos homens das terras altas (19-22).

Na deslocação do País de Gales a França, os franceses viveram e sobreviveram, mais uma vez, à custa dos pontos ganhos em penalidades, onde Camille Lopez vai fazendo o seu serviço. Gales teve mais posse e território na primeira parte mas apesar disso, foi a França que esteve mais perto do ensaio (6-3 ao intervalo).

No segundo tempo, a formação britânica conseguiu montar muitas fases de jogo mas de uma forma lenta, com Dan Biggar, a única excepção num grupo um pouco apagado, a marcar um ensaio e a ter bons momentos de ruptura com up and unders. A França marcou ensaio por Brice Dulin, mas os 15 pontos saídos da chuteira de Leigh Halfpenny reservaram a vitória para os “dragões vermelhos” (13-20).

Neste domingo, a encerrar a jornada, a Irlanda confirmou no Aviva Stadium que é a principal candidata ao título e com o importante triunfo por 19-9, frente à Inglaterra, ficou muito bem colocada para garantir o bi-campeonato. Joe Schmidt fez alinhar a “8” Jordi Murphy (Jamie Heaslip está lesionado) que fez uma boa exibição e do lado do “XV da Rosa”, Jack Nowell entrou para o lugar de Jonny May e Alex Goode dos Saracens substituiu o lesionado Mike Brown. Goode esteve à altura, com uma sólida prestação defensiva mas não conseguiu os arranques ofensivos que caracterizam o jogo de Brown.

O resultado fez-se com um ensaio de Robbie Henshaw (man of the match) – foi o primeiro na 8.ª internacionalização. O jogador do Connacht conseguiu uma bela exibição e mostrou que está à altura, juntamente com Jared Payne, de conquistarem os lugares que durante tanto tempo pertenceram a Gordon D’Arcy e Brian O’Driscoll.

Na primeira parte a Irlanda foi competente com formações estáveis, alinhamentos irrepreensíveis, fases sobre fases com muito apoio e esperando por um erro na defensiva inglesa, que se manteve estóica. Sexton teve mais oportunidades e apesar de falhar uma penalidade, ganhou o confronto a Ford (9-3).

Nos últimos 40 minutos, a Irlanda voltou a entrar no jogo com muita vontade e conseguindo criar um autêntico massacre da avançada sobre os ingleses, que teria como consequência o ensaio de Henshaw aos 52'. Nos últimos 15 minutos, a Inglaterra acordou, muito fruto das substituições, mas acordou tarde. Ainda assim, viu-lhe serem negados dois ensaios (obstrução de Twelvetrees e passe para a frente do mesmo jogador), o que claramente irá motivar um puxão de orelhas por parte de Stuart Lancaster (19-9).

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