O Rio colonial em mapas

Esta é uma cronologia do Rio de Janeiro colonial feita a partir do livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis Filho.

1579

O Verdadeiro Retrato do Rio de Janeiro e do Cabo Frio
Autor: Jacques de Van de Claye

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Esta é a primeira representação conhecida do Rio de Janeiro. O detalhe mostra-nos a cidade instalada sobre o Morro do Castelo, com as suas igrejas e a fortaleza. A igreja central seria a dos jesuítas. À sua esquerda vem a fortaleza, tendo a seu lado a forca e, ao fundo, a igreja de São Sebastião. No primeiro plano, um pequeno forte, ao pé do Morro do Castelo.

1695

São Sebastião do Rio de Janeiro, c. 1695
Gravura que ilustra o livro de François Froger "Relation d'un voyage..." de 1698

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As igrejas e conventos são mostrados com grandes proporções. São Bento aparece com duas torres, como a velha Sé. O Colégio dos Jesuítas é detalhado com minúcias, correspondentes ao que indicam outros registos históricos. Aparecem uns trechos de muros no Morro do Castelo e uma parte do perfil das fortificações ali instaladas. Em alguns pontos, junto à praia, estão indicadas as gruas para desembarque de mercadorias.

1711

Planta representando a baía, as fortalezas e o dispositivo do ataque ao Rio de Janeiro, 1711
Autor: De La Grange

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A cidade é vista à esquerda, acima do quadro da legenda. Entre a massa verde do Morro do Castelo, onde a cidade foi fundada, uns poucos quarteirões edificados. A seguir, a Fortaleza do Castelo e a igreja de São Sebastião. Mais acima os quarteirões da cidade junto à praia, com forma geométrica mais regular, tendo aos fundos as áreas alagadas e, no outro extremo da praia, o Morro de São Bento.

1714

Planta da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, c. 1714
Autor: João Massé

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O desenho mostra-nos a primeira planta da cidade do Rio de Janeiro já com padrões de representação correspondentes às técnicas atuais. O casario amplo avança após a praia, em direção a Santo António. A cidade aparece murada pela parte dos fundos, entre os morros do Castelo e da Conceição, nos limites da área urbana. Pelo lado da praia, são indicadas algumas linhas de fortificação. No alto dos morros, as duas grandes fortalezas do Castelo e de Conceição parecem constituir a base da defesa da cidade, juntamente com os fortes da Ilha das Cobras e de Santiago, no limite leste da cidade. A Casa do Governador não ficava no local em que depois foi construído o novo palácio pelo engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim. Nessa época, o local ainda era ocupado pela Casa da Moeda, indicada com a letra H, e pelos armazéns reais, indicados com a letra G. A Casa do Governador ficava pouco adiante, indicada com a letra L, junto à praia.

1750

Carta Topográfica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1750
Autor: André Vaz Figueira

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Durante o governo de Gomes Freire de Andrade (1733-1763) foi realizado um levantamento, que resultou na planta elaborada pelo Capitão André Vaz Figueira, que nos mostra a cidade com sua área construída muito ampliada, ultrapassando, pela parte dos fundos, os limites dos muros que haviam sido construídos segundo os planos do brigadeiro João Massé.

1760

Perspectiva da Cidade do Rio de Janneiro, 1760
Autor: Miguel Angelo Blasco

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O desenho mostra a cidade em perspectiva, a partir do mar, tendo à sua direita a igreja de São Bento e à esquerda a entrada da Baía. Em um primeiro plano, vemos a Ilha das Cobras e, sobre o Morro do Castelo, a igreja dos jesuítas. Além dessa apresentação geral, já por si de valor, o trabalho mostra em detalhes as características das edificações mais simples da cidade, como os sobrados e armazéns junto ao porto, com seus detalhes de acabamento, as suas urupemas (redes-esteiras em palha de sombreamento) sobre as janelas e balcões de madeira, bem como pequenos detalhes da vida na cidade, como o plano inclinado do Mosteiro de São Bento, as instalações portuárias com seus monta-cargas acionados por escravos, um estaleiro e, ao centro, o Palácio dos Governadores com uma carruagem à sua frente.

1755

Perspectiva da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, 1755

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A perspectiva mostra, a partir da esquerda, a área conhecida como Ponta do Calabouço, tendo à sua direita o hospital e a igreja da Misericórdia. Segue-se o Morro do Castelo, no qual se vê o Colégio dos Jesuítas, tendo à frente o seu monta-cargas (guindaste), algumas casas e o Forte do Castelo. Ao fundo a igreja de Santa Teresa (8). Na mesma direcção, junto à praia, o Palácio dos Governadores (11), tendo ao fundo o convento e a igreja do Carmo (12). À sua direita, e mais ao fundo (16 e 17), o convento e a igreja de Santo Antonio, com a capela da Ordem Terceira. A seguir, vemos a igreja e o mosteiro de São Bento (27) e, à sua frente, mais afastado, o Forte da Conceição (26) e o Palácio do Bispo (25). Os morros ao fundo da cidade não correspondem à topografia real, mas são uma convenção, como se usava na época. Mas os edifícios são correctamente representados, dando-nos uma imagem muito exacta do que seria a cidade do Rio de Janeiro em 1775.

1855

Vista do Morro do Castelo, c. 1885
Autor: Vitor Meirelles

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É um dos vários estudos realizados por Vitor Meirelles que restam do seu projeto para a realização do Panorama do Rio de Janeiro. Aqui o Morro do Castelo é visto de poente, provavelmente num posto de observação localizado no Morro de Santo António, também ele entretanto desmontado. É um ponto de vista quase inusitado, no qual fica bem patente a relação entre o morro fundacional da cidade com o seu desenvolvimento pela várzea, o chão que hoje constitui o centro da cidade.

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