Três novos medicamentos para tratar esclerose múltipla em Portugal

Os três novos medicamentos para tratar a esclerose múltipla estão a aguardar comparticipação da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e deverão ser disponibilizados aos doentes ainda este ano.

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A presidente do Congresso Internacional de Esclerose Múltipla, Maria José de Sá, adiantou esta terça-feira que os três medicamentos que espera ter em Portugal ainda em 2015 já foram aprovados pela Agência Europeia do Medicamento, mas ainda aguardam a comparticipação do Infarmed. Maria José de Sá, também coordenadora da Consulta de Doenças Desmielinizantes do Centro Hospitalar de S. João, garante que os doentes contam agora com "dois medicamentos orais, em formulação de comprimidos" para substituir os auto-injectáveis, um tipo de medicação que considera um “factor acrescido de preocupação”. Com os dois medicamentos inovadores “é muito mais fácil os doentes aderirem a uma terapêutica oral e aceitarem a doença, sobretudo numa fase de diagnóstico, em que ficam muitos baralhados e muito preocupados”, garante a neurologista.

O terceiro medicamento que, de acordo com Maria José de Sá, "está no Infarmed a aguardar comparticipação, é um anticorpo monoclonal”. O fármaco pertence aos biológicos que são dados no hospital de dia e, por ser distribuído a casos muito graves, tem um custo maior.

Os novos medicamentos destinam-se a poucos doentes pelo que, mesmo sem ainda se conhecer o preço dos mesmos, se adianta que o impacto causado aos hospitais que os recebem será pequeno por envolverem “casos seleccionados”.

Na próxima sexta-feira e sábado decorre o Congresso Internacional de Esclerose Múltipla e os tratamentos inovadores são um dos assuntos destacados, tal como a esclerose múltipla pediátrica e os custos da doença na Europa.

Para já, conclui-se que, com os novos tratamentos, "os efeitos colaterais são menores e há um ligeiro aumento da eficácia em termos de redução dos surtos e de impacto no atraso da doença”. Estas terapêuticas pretendem atrasar a progressão da doença, não a sua cura, permitindo que a maior parte dos pacientes tenha uma vida normal, algo conseguido, até agora, em 80% dos casos.

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