Noé Sendas faz capa e 16 páginas da Wallpaper

O artista português concebeu para a revista um editorial de moda que dá continuidade ao seu trabalho de montagem fotográfica dos últimos anos.

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The Lady Vanishes, a série de imagens foi fotografada por Jan Lehner em colaboração com a editora de moda Isabelle Kountoure
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Um artista, diz Noé Sendas, é um mistificador: “Alguém que lança um encantamento que afecta o olhar do espectador, fazendo objectos parecer diferentes do que realmente são.” É a lógica que preside ao editorial de moda de 16 páginas que este artista plástico português concebeu para a edição de Março da conhecida revista Wallpaper, de que faz a capa.

Sugerir, insinuar, provocar: as imagens de mulheres que surgem ao longo das páginas remetem directamente para os trabalhos que Sendas tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos: montagens fotográficas em que uma ou várias partes de corpos femininos ou do contexto em que se inscrevem são rasuradas, dando lugar ao vazio.

Radicado durante vários anos em Berlim e actualmente em Madrid, Sendas, que nasceu em Bruxelas em 1972 e estudou no Ar.Co, em Lisboa, no Royal College of Art, em Londres, e no Art Institute de Chicago, foi convidado a fazer o tema de capa da edição especial Style Special (W*192) pela directora criativa da Wallpaper, Sarah Douglas.

“O objectivo era criar qualquer coisa que fosse tanto contemporânea como intemporal”, diz Douglas num pequeno artigo da revista que explica o projecto, que esteve também em exposição na Michael Hoppen Gallery durante a Semana da Moda de Londres.

Intitulada The Lady Vanishes, a série de imagens foi fotografada por Jan Lehner em colaboração com a editora de moda Isabelle Kountoure e “apresenta o corpo como entidade que é simultaneamente teórica e material” diz Kountoure, explicando como, na imobilidade das imagens, é a roupa e não o corpo feminino que se vê objectualizado.

 

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