Rui Machete diz que troika pode dever "reparações" a Portugal

Comentando as declarações de Juncker, o ministro dos Negócios Estrangeiros desafinou do PSD.

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Enric Vives-Rubio

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, referiu esta sexta-feira que a troika poderá dever "reparações" a Portugal caso se confirme que as medidas do programa de resgate prejudicaram o país.

Rui Machete, que não quis alongar-se sobre que tipo de "reparações" Portugal pode reclamar, comentava as declarações do presidente da Comissão Europeia, na quarta-feira, segundo as quais a troika "pecou contra a dignidade" de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.

"Eu interpreto isto [as declarações de Jean-Claude Juncker] por um desejo de facilitar as coisas e de reconhecer que houve aspectos negativos. Eu lembro, por exemplo, as censuras que a troika fez ao aumento do salário mínimo que Portugal precisou, mas evidentemente, se isso é verdade, devem-nos reparações. Vamos ver", declarou Rui Machete aos jornalistas no final da segunda reunião informal de chefes da diplomacia do Grupo do Mediterrâneo (Med7), no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros destoa, assim de Pedro Passos Coelho que, no debate quinzenal, discordou de Juncker ao afirmar que "a dignidade dos portugueses não foi atingida".

Rui Machete considerou que, "dentro do contexto em que foi proferida, foi uma declaração não muito feliz - há que dizê-lo - mas reconhecendo que, se as coisas tivessem sido pensadas de outra maneira e com outra maturidade, poderiam ter evitado alguns aspectos mais negativos".

Machete participou esta sexta-feira, em Paris, na reunião dos países da orla do Mediterrâneo, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Itália, Malta, Grécia e Chipre.

Entre os temas em debate, está a situação política e de segurança que se vive no leste europeu, nomeadamente o conflito na Ucrânia, as ameaças na Líbia, na Síria e no Iraque, e a política europeia de vizinhança, assim como as ferramentas para evitar a radicalização, em particular dos jovens.

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