Souto de Moura deposita maquetas em Matosinhos

Centenas de maquetas de estudo do arquitecto Eduardo Souto de Moura ficarão à guarda Câmara de Matosinhos e deverão integrar, a título de depósito, o acervo da futura Casa da Arquitectura do município

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Nelson Garrido

O arquitecto Eduardo Souto de Moura vai assinar este sábado com a Câmara de Matosinhos um contrato de depósito que deixará à guarda da autarquia um importante conjunto de maquetas de estudo, que ficará provisoriamente acondicionado na cave da Biblioteca Municipal Florbela Espanca e transitará depois para a Casa da Arquitectura, logo que esta disponha de instalações para o efeito.

A autarquia de Matosinhos já guardava um conjunto de materiais de Souto de Moura, ao qual agora se vem somar mais uma parte substancial do acervo do prémio Pritzker da arquitectura. O arquitecto explicou ao PÚBLICO que uma das razões que o levou a acordar este depósito com a Câmara de Matosinhos foi a constatação de que algumas das maquetas que conservava no seu escritório “estavam a ficar com problemas de fungos e humidades”.

A autarquia compromete-se a garantir a boa conservação e segurança deste património, que será devidamente inventariado e catalogado enquanto aguarda a transferência para a futura Casa da Arquitectura (CA), que Matosinhos quer ver transformada num museu nacional de arquitectura.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Guilherme Pinto, congratulou-se com a entrega à autarquia de “um legado com esta dimensão cultural” e sublinhou que “a confiança” de Souto de Moura “credibiliza mais ainda o projecto da Casa da Arquitectura ”. A CA deverá ficar instalada no edifício da antiga Real Companhia Vinícola, após as necessárias obras de reabilitação e adaptação, orçadas em três milhões de euros.

Souto de Moura faz notar que se trata apenas de um depósito – “não doei nem vendi nada” –, que tem convites de outras instituições e que oportunamente decidirá o destino definitivo do seu acervo. O contrato prevê que o depósito tenha uma duração anual automaticamente renovada se nenhuma das partes o denunciar. Mas prevê que as peças venham a ser transferidas para a CA e impõe à autarquia que permita o seu estudo aos interessados e que promova a exposição de parte ou da totalidade deste acervo, quer em Portugal, quer internacionalmente.

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