Portugal emite dívida de curto prazo a taxas mínimas

Colocação de 1250 milhões de euros de dívida voltou a beneficiar de boas condições do mercado

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Mercados não temem para já contágio da Grécia a Portugal Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP

A incerteza em relação ao futuro da Grécia na zona euro continua sem produzir efeitos de contágio negativo no mercado de dívida pública dos restantes países da moeda única e Portugal voltou nesta quarta-feira a beneficiar de taxas de juro historicamente baixas nas emissões de curto prazo que realizou.

De acordo com os dados publicados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, o Estado português conseguiu emitir bilhetes de tesouro a 11 meses no valor de 1000 milhões de euros, a uma taxa de 0,138%. A procura dos investidores superou duas vezes o montante oferecido. Esta é a taxa de juro mais baixa de sempre conseguida neste prazo por Portugal.

O tesouro emitiu ainda 250 milhões de euros de títulos a três meses. Neste caso, a procura superou em 4,26 vezes a oferta e a taxa de juro foi de 0,061%. Este valor fica próximo do mínimo histórico para este prazo que foi registado em Setembro passado, com 0,052%.

Num comunicado enviado pelo Banco Carregosa, o director da gestão de activos da instituição assinala que os resultados são “muito positivos para ajudar a  baixar o custo médio da dívida portuguesa” e conclui que “as incertezas gregas não têm contagiado a dívida portuguesa”.

Portugal, em conjunto com outros países da periferia da zona euro, tem conseguido beneficiar de uma redução muito significativa das taxas de juro exigidas pelos mercados para adquirirem a sua dívida pública, tanto no curto como no longo prazo.. Foi isto que permitiu que o Governo tivesse optado por começar a antecipar a amortização dos empréstimos concedidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que foram feitos a taxas substancialmente mais altas.

A incerteza em relação a um acordo entre a Grécia e os seus parceiros da zona euro relativamente ao financiamento do país tem conduzido a uma subida bastante forte das taxas de juro da dívida pública grega, mas não se tem reflectido nas taxas de outros países, dando a indicação de que os mercados não acreditam para já no contágio da crise grega ao resto da zona euro.

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