Mortalidade está a baixar mas continua acima do esperado

Gripe está a diminuir mas estirpe mais perigosa para os idosos já corresponde a metade dos casos identificados.

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A mortalidade por todas as causas em Portugal continua acima do esperado na sexta semana deste ano, apesar de a tendência para o decréscimo deste fenómeno se manter, indica o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe esta quinta-feira divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). No período monitorizado pelo instituto (a época 2014/2015) houve já 3660 óbitos acima do que era esperado para esta altura do ano.

Os novos casos de gripe estão a baixar, sendo agora a actividade classificada como "moderada". A incidência do síndroma gripal foi de 79 casos por 100 mil habitantes, cerca de metade do observado duas semanas antes, mas ainda acima da zona de actividade basal, segundo o INSA. Nas unidades de cuidados intensivos foram admitidos seis novos casos.

Até à sexta semana deste ano, foram analisados 747 casos de síndroma gripal. Nesta semana, a novidade é a de que se verificou um aumento da proporção do vírus influenza A (H3) face às semanas anteriores. O subtipo A (H3N2) afecta mais as pessoas idosas e, por isso, provoca habitualmente uma maior mortalidade.

Foi detectado já em cerca de metade das situações, sendo os restantes do tipo B.  A maior parte dos vírus do subtipo A(H3) pertencem ao grupo genético que incluiu estirpes diferentes da vacina deste ano,  indica o INSA. Ou seja, não estão completamente  cobertos pela vacina, mas os especialistas lembram que a imunização faz sentido porque confere sempre algum tipo de protecção.

O INSA volta a frisa que o excesso de óbitos por todas as causas  foi observado “apenas na população com 75 ou mais anos de idade e em todas as regiões do Continente”, à excepção do Alentejo, Algarve Regiões Autónomas. Na anterior época em que se verificou um excesso de mortalidade  por todas as causas  - 2011/2012 - os óbitos ascenderam a 4267. O INSA lembra que houve épocas  com excessos de mortalidade muito superiores, como 1998/1999, quando o número de óbitos acima do que era esperado atingiu 8514.

O excesso de mortalidade, volta a frisar, “não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo, no entanto, estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infecções respiratórias agudas  e à actividade gripal”.

O fenómeno não é, aliás, um exclusivo português: na Europa foi também observado um excesso de mortalidade em Inglaterra, Escócia, País de Gales, França, Espanha, Bélgica e Suíça.

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