Número de mortos no Egipto baixa para 19, mas campeonato é suspenso

Os confrontos entre adeptos do Zamalek, clube de Jesualdo Ferreira, e a polícia levaram as autoridades egípcias a interromper, por tempo indeterminado, os jogos da liga de futebol

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AFP

As autoridades egípcias anunciaram nesta segunda-feira a suspensão, por tempo indeterminado, dos jogos do campeonato de futebol do Egipto, em sequência dos confrontos entre a polícia e os adeptos do Zamalek que causaram 19 mortos e dezenas feridos no domingo, nas imediações de um estádio Cairo. Um porta-voz do ministro do Interior do Egipto, citado pela AFP, disse que os adeptos foram mortos por esmagamento, quando milhares de pessoas procuravam forçar a entrada no recinto para assistir ao derby da capital egípcia entre o Zamalek e o ENPPI.

Os confrontos, que numa estimativa inicial apontavam para 25 mortos, começaram à porta do estádio, situado no nordeste do Cairo, depois de adeptos sem bilhete, alegadamente conotados com o grupo organizado Ultra White Knights, ligado ao Zamalek, terem forçado a entrada. Segundo uma testemunha, citada pela BBC, uma barreira terá colapsado e as pessoas começaram a atropelar-se e a passar umas por cima das outras em pânico. "As mortes foram causadas pela fuga. Não há qualquer indício de terem sido disparadas armas de fogo. As vítimas apresentavam muitas feridas, algumas tinham o pescoço partido", revelou Hani Abdel Latif, porta-voz do ministro do Interior, adiantando que 22 polícias ficaram feridos e que foram detidas 18 pessoas.

O jogo entre o Zamalek, que é desde a semana passada treinado por Jesualdo Ferreira, e o ENPPI decorreu com público nas bancadas  e não à porta fechada - o ministro do Interior decidira limitar a 10 mil pessoas a entrada no estádio, que tem capacidade para 30 mil. Desde Fevereiro de 2012, quando adeptos do Al Masry, da cidade de Port Said, atacaram os adeptos do Al-Ahly, à época treinado por Manuel José, causando 74 mortos e centenas de feridos, os jogos no Egipto disputavam-se sem adeptos nas bancadas.

Os incidentes levaram Joseph Blatter, presidente da FIFA, a enviar uma carta de condolências ao presidente da Federação Egípcia de Futebol pelos "trágicos acontecimentos ". O dirigente suíço escreveu que a FIFA vai "esperar pelos resultados da investigação" para tomar uma posição concreta sobre os incidentes, mas ofereceu desde já à associada egípcia "todo o apoio" que possa necessitar por parte do organismo que rege o futebol mundial.

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