BE acusa Governo de fazer "escudo humano" para Merkel

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Luís Fazenda é dos notáveis que não se recandidata Pedro Cunha/Arquivo

No período das declarações políticas, as iniciativas do recém-empossado governo grego voltaram a marcar o debate parlamentar. O bloquista Luís Fazenda criticou a posição de “escudo humano” que o Governo português está a assumir para defender a política da chanceler alemã Angela Merkel.

“A senhora Merkel, por interpostas pessoas e Estados - Portugal e Espanha -, está a encontrar um escudo humano para as negociações na União Europeia. É terrível, é lamentável que a maioria esteja a transformar o país num escudo humano contra as reestruturações da dívida”, apontou, classificando essa posição como um “Portugal germanófilo”. <_u13a_p>

Pelo PS, o deputado Vitalino Canas assinalou a evolução que o governo grego tem vindo a fazer sobre a dívida mas partilhou a opinião de Luís Fazenda sobre a posição do governo português. <_u13a_p>

"O Governo grego está a ter um contributo que me parece útil e devemos aproveitá-lo. Parece de todo desajustada a posição do Governo português de não estar a acompanhar este debate que está a acontecer na Europa", defendeu.<_u13a_p>

Nas bancadas que suportam o Executivo, em particular na do CDS, o ênfase foi para as “mudanças” do Syriza entre o antes e o pós-eleições. <_u13a_p>

A pobreza foi também central na declaração política de Fazenda, tema que também seria retomado pelo PS. Sónia Fertuzinhos recordou uma declaração de Passos Coelho, em 2011, já como primeiro-ministro, em que defendeu que o país só recuperaria “empobrecendo em termos relativos e em termos absolutos”.

“Na altura, não se percebeu se era promessa ou ameaça, seja como for, por uma vez, cumpriu o que prometeu: Portugal está mais pobre, as pessoas, as famílias em geral estão mais pobres e os que já eram pobres estão hoje mais pobres", apontou a socialista, sustentando a sua posição com base em dados do Instituto Nacional de Estatística.

Na resposta, o social-democrata Adão Silva contrariou a ideia de que o memorando negociado pelo PS fosse mais suave para os portugueses. “O programa que vocês [governo socialista] negociaram [com a troika] não era propriamente um programa de festas. Estão presos numa espécie de labirinto porque têm de fazer esse papel de oposição e puseram o país a cair na desgraça", declarou.

 

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