Quando Lars andava na escola

Dois trabalhos de escola do cineasta dinamarquês, produzidos quando ainda aluno da Danish Film School, farão a abertura, a 15 de Fevereiro, do Córtex, Festival de Curtas Metragens.

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O Córtex, Lars von Trier e a Dinamarca – palavras-chave para a 5ª edição do Festiva de Curtas Metragens, que se realiza no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.

O dia de abertura, a 12 de Fevereiro (o festival encera a 15), é dedicado a Lars von Trier, com a exibição de dois trabalhos de escola do cineasta dinamarquês, produzidos quando ainda aluno da Danish Film School: Nocturne e Image of a Relief. São, então, obras de formação, realizadas no momento, aliás, em que Lars integrou o “von” no seu nome, e é legítimo que o espectador queira encontrar nelas as origens do que veio a conhecer depois – as obsessões, as fobias, os medos. Nocturne, retrato de uma mulher aterrorizada pela luz, foi realizada quando Lars tinha 24 anos. Image of a Relief foi o primeiro filme da escola a ter distribuição comercial e é considerado um ensaio para o que seriam as três primeiras longas do realizador, The Element of Crime, Epidemic e Europa.

Após exibição dos filmes, Peter Schepelern, professor associado catedrático na Universidade de Copenhaga onde Lars estudou entre 1976-1979 (antes de se matricular na Danish Film School), falará sobre eles. E durante o festival, aquele que é autor de livros sobre a obra do cineasta (e de artigos sobre o movimento Dogma 95), fará uma palestra, o que poderá saciar alguma da curiosidade sobre a vida e a obra de Lars.

Não fica por aqui a Dinamarca no Cortex 2015. Uma nova secção, Hemisfério, dedicada a uma instituição cinematográfica internacional, estreia-se precisamente com a Escola de Cinema da Dinamarca, apresentando 5 curtas-metragens, realizadas entre 2013 e 2014, por alunos. A coordenadora internacional da Danish Film School, Eizabeth Rosen, estará em Sintra. E haverá música, no Museu das Artes de Sintra: de um lado, Mikkel Solnado; de outro a violinista Lilia Donkova e o acordeonista Gonçalo Pescada, que apresentarão o seu projecto Symbiosis sobre imagens projectadas de filmes de Carl Theodor Dreyer,

O Cortex tem as suas habituais sessões competitivas, nacional (entre outras, curtas de Gabriel Abrantes, Patrick Mendes, Miguel Clara Vasconcelos) e internacional, que serão apreciados por um júri composto pelos actores Margarida Vila Nova, Maria de Medeiros e Filipe Vargas, e por Manuel Mozos e Pedro Filipe Marques, realizadores. Pela primeira vez, o Córtex programa uma mostra, competitiva, a pensar no público infantil. Fá-lo em associação com a MONSTRA – Festival de Animação de Lisboa.

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