Mais de um milhão marcham contra o terrorismo em Paris

Dispositivo de 2200 policias e militares irá acompanhar a par e passo o desfile, onde marcam presença cerca de 50 chefes de Estado de todo o mundo.

Fotogaleria
Dispositivo policial conta com cinco mil agentes nas ruas de Paris JOEL SAGET/AFP
Fotogaleria
Horas antes da marcha centanas de pessoas já se juntavam na Praça da República LOIC VENANCE/AFP
Fotogaleria
JOEL SAGET/AFP
Fotogaleria
JOEL SAGET/AFP
Fotogaleria
JOEL SAGET/AFP
Fotogaleria
JOEL SAGET/AFP
Fotogaleria
RAYMOND ROIG/AFP
Fotogaleria
JOEL SAGET/AFP
Fotogaleria
BERTRAND GUAY/AFP

Mais de um milhão de pessoas deverão marchar, neste domingo, no centro de Paris, em homenagem às vítimas dos atentados que deixaram França e o mundo em estado de choque. O desfile contra o terrorismo, de três quilómetros, será encabeçado pelos familiares das vítimas e terá entre os participantes cerca de 50 chefes de Estado, incluindo o primeiro-ministro israelita Benjamim Nétanyahou e o presidente palestiniano Mahmoud Abbas.

Na extensa lista de personalidades, estão também líderes religiosos que representam em França judeus, muçulmanos e católicos.

De acordo com a informação mais recente, o dispositivo de segurança para o desfile será composto por 2200 polícias e militares, num dia em que todos os olhos estarão postos na capital francesa, em estado de alerta máximo face ao risco de novos atentados terroristas. No total, estarão nas ruas de Paris 5000 policias. Os dois ataques da autoria de três jidahistas franceses, abatidos pela polícia, provocaram a morte a 17 pessoas, incluindo jornalistas do semanário satírico Charlie Hebdo, quatro pessoas numa mercearia kosher, dois polícias (um deles muçulmano) e cerca de 20 feridos.

O cortejo arranca às 14h00 locais (15h00 em Lisboa) na Praça da República e prolonga-se até à Praça da Nação. “Vai ser uma manifestação inédita, que deve ser forte, digna, que deve mostrar a pujança e a dignidade do povo francês, que vai gritar o seu amor pela liberdade e pela tolerância”, disse o primeiro-ministro francês Manuel Valls.

Num acontecimento sem precedentes, o primeiro-ministro israelita Benjamim Nétanyahou e o presidente palestiniano Mahmoud Abbas desfilam na manifestação, juntando-se ao Presidente francês François Hollande. Nesta demonstração mundial contra o terrorismo, estarão cerca de 50 chefes de Estado, como a chanceler alemã Angela Merkel, os primeiros-ministros britânico James Cameron, italiano Matteo Renzi, espanhol Mariano Rajoy e português Pedro Passos Coelho, que acompanha Assunção Esteves, presidente da Assembleia da República.

Em nome do grupo parlamentar do PSD irá desfilar em Paris o deputado Carlos Gonçalves. Pelo CDS, estará em Paris o deputado Telmo Correia. O grupo parlamentar do PS será representado pelo deputado Paulo Pisco. Em representação do Bloco de Esquerda estará na manifestação Francisco Louçã, que desfilará junto à Front de Gauche. Também o PCP se fará representar na manifestação em Paris ou por um deputado à Assembleia da República ou por um deputado ao Parlamento Europeu. 

Fora da Europa, estará o procurador-geral americano, Eric Holder, depois de serem desmentidos os rumores da presença de Barack Obama. Os reis da Jordânia, Abdallah II e Rania, o chefe da diplomacia russa Sergueï Lavrov, o primeiro-ministro tunisino Mehdi Jomaa, também vão marcar presença.

Há ainda outros países que vão enviar representantes diplomáticos como Marrocos ou Brasil. Contudo, Rabat já veio avisar que se forem apresentadas caricaturas representando o profeta durante o desfile o ministro dos Negócios Estrangeiros Salaheddine Mezouar não poderá participar.

A Frente Nacional não vai participar na marcha (não recebeu convite formal do Governo francês), mas alguns dos seus responsáveis avançaram que vão manifestar-se nas cidades onde foram eleitos. Marine Le Pen estará em Beaucaire, no departamento de Gard.

Sábado à tarde, França foi palco de manifestações em várias cidades onde participaram 700 mil pessoas. Em Pau, entre 30 mil a 40 mil pessoas marcharam em silêncio no centro da cidade, num movimento popular “infinitamente precioso”, como notou o presidente da câmara François Bayrou.

Sugerir correcção
Ler 10 comentários