Museu do Aljube tem inauguração prevista para Abril

O projecto de adaptação da antiga prisão é dos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira.

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Pedro Cunha

Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, em Lisboa, que estava previsto abrir em 2014, a tempo das comemorações do 40.º aniversário do 25 de Abril, vai ser inaugurado em Abril deste ano, indicou nesta quinta-feira a Câmara Municipal.

O gabinete de imprensa da autarquia disse à agência Lusa que as obras de adaptação da antiga prisão do Aljube deverão terminar no decorrer do próximo mês e que o atraso se deveu “a razões meramente procedimentais”.

A inauguração do Museu do Aljube, apresentado como “um espaço de memória e de evocação da luta pela liberdade e da resistência à ditadura em Portugal”, esteve inicialmente prevista para as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, que decorreram no ano passado.

Em Janeiro de 2014, a Câmara Municipal informou que as obras no espaço atrasaram “devido a questões processuais” e que os trabalhos só deveriam estar concluídos em Dezembro, ficando a inauguração do espaço prevista para este ano.

O município avançou ainda que o custo final da obra é de 1,4 milhões de euros, financiamento contraído pela câmara no âmbito do programa de reabilitação urbana junto do Banco Europeu de Investimento.

O projecto de adaptação da antiga prisão é dos arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira.

Contactado pela agência Lusa, Egas Vieira afirmou que “a obra ficou pronta este mês de Dezembro” e classificou os atrasos na conclusão como normais, fruto de “algum optimismo” relativos aos prazos.

Em 2013, na apresentação do projecto, o presidente da Câmara, António Costa (PS), afirmou que o Museu do Aljube pretende “preservar a memória e ser uma transmissão de gratidão a todos aqueles que se bateram contra a ditadura durante 48 anos”.

O edifício foi entregue em 25 de Abril de 2009 pelo Ministério da Justiça à Câmara de Lisboa, por iniciativa do então ministro Alberto Costa (PS).

Presume-se que o Aljube tenha sido uma prisão política a partir de 1928. Aí eram encarcerados, interrogados e torturados pela polícia política os presos do sexo masculino.

Nos anos 40 do século passado, o espaço acolheu muitos dos presos políticos durante a fase de interrogatório, que decorria geralmente na sede da polícia política (PIDE), na rua António Maria Cardoso, em Lisboa.

De acordo com o projecto inicial, no futuro museu será possível ver vestígios arqueológicos e a história do edifício (piso -1), funcionará uma loja do Museu e exposições temporárias (piso 0), uma exposição permanente (pisos 1 e 2), será possível ver uma reconstituição dos “curros” (piso 2), funcionará um centro de documentação (piso 3) e um auditório e cafetaria (piso 4).

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