Crescimento de Famalicão vai continuar a alicerçar-se nos sectores tradicionais

Indústrias têxtil e agroalimentar identificadas como principais áreas de investimento no Plano Estratégico 2025 apresentado pela autarquia

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Cerca de 7% do total de novos pedidos de registo comunitário são de calçado, têxtil e chapelaria HUGO DELGADO/ARQUIVO

A visão é para o futuro, mas os alicerces são tradicionais. A Câmara de Famalicão apresentou, esta quinta-feira, o seu plano estratégico, que vai orientar os decisores no concelho até 2025 e identifica duas indústrias com presença histórica na região como as principais áreas de crescimento nos próximos anos, os sectores têxteis e agro-alimentar. Ao contrário do que acontecia no século passado, o investimento terá agora por base a inovação e, por isso, será criado um centro tecnológico para o sector agrícola, que fará companhia às estruturas congéneres já existentes no vestuário e nanotecnologia.

O presidente da autarquia, Paulo Cunha, identifica na existência do Centro Tecnológico Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve) e Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (Centi), ambos sediados na cidade, como os principais responsáveis pelo renascimento da indústria têxtil na região. Como a aposta na inovação e a tecnologia é identificada como prioritária nos próximos dez anos do concelho, Famalicão pretende também criar um Centro de Competências Agroalimentar. Esta estrutura irá estar ao serviço não apenas das empresas locais, mas de todas as firmas do sector a nível nacional, anunciou o autarca.

Famalicão tem acentuado a internacionalização da sua indústria, tendo fechado o último ano como o terceiro concelho mais exportador do país, com um volume de exportações de 1,6 mil milhões de euros, o que significa um crescimento de 5% face ao ano anterior.

O plano “Famalicão – Visão 25” apresenta-se para um horizonte temporal que vai até 2025, mas os responsáveis autárquicos não escondem que o acesso a financiamento do novo quadro comunitário de apoio que dura até 2020 é um dos seus principais intentos. Esse é um “contexto de oportunidade” que não podia ser deixado de lado, explica Cunha.

A estratégia assenta em quatro “programas-estrela”, alguns dos quais estão já no terreno como o “Famalicão Made IN”, uma iniciativa de promoção das empresas mais inovadoras e exportadoras do concelho. A este juntam-se o “B-Smart Famalicão” – dedicado à qualidade de vida e sustentabilidade –, bem como Famalicão Voluntário e Famalicão Comunitário, dedicados à área social e ao contacto entre autarquia, empresas e cidadãs na gestão do espaço público.

“Famalicão – Visão 25” é resultado de um processo participativo de debate e recolha de contributos juntos da população do concelho feito durante os últimos meses do ano, que teve algumas iniciativas emblemáticas como “Se as paredes falassem…” e o sofá amarelo que percorreu o concelho, convidando os famalicenses a mostrarem a sua visão para o futuro de Famalicão. Esse processo permitir recolher milhares de contributos.

“Não queríamos um documento de gabinete, feito por uma qualquer consultora”, explica o presidente da Câmara, segundo o qual este “é um plano que reflecte sobre Famalicão”, a partir daquilo que o concelho é hoje. Paulo Cunha deixou, por isso, um desafio a todos os famalicenses para que mantenham empenhados na concretização destas ideias: “Somos todos autores deste plano estratégico. Sejamos agora todos seus executantes”.

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