António Lamas quer convencer instituições do eixo Belém-Ajuda a partilhar recursos

O objectivo é conseguir que os cinco milhões de turistas que visitam Belém conheçam melhor a zona.

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O Centro Cultural de Belém ficou classificado em 32.º lugar Pedro Cunha

O presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), António Lamas, falou nesta terça-feira com o Presidente da República sobre o projecto que está a desenvolver para o eixo Belém-Ajuda, onde pretende convencer as instituições a "partilhar recursos e serviços".

O responsável falava à agência Lusa no final de uma audiência com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, a quem apresentou cumprimentos, num primeiro encontro com o Chefe de Estado, cerca de dois meses e meio após assumir o cargo no CCB.

"Vim explicar ao senhor Presidente o que me preocupa em relação ao centro cultural, e em relação à zona, e pô-lo a par destes projectos [no eixo Belém-Ajuda] que gostava de estimular", disse no final de um encontro de cerca de uma hora.

Questionado sobre a situação financeira que encontrou no CCB, o novo presidente indicou que o complexo cultural "está muito bem mantido e muito bem conservado nestes últimos vinte anos. Precisamos de revitalizar as receitas, e de torná-lo ainda mais atraente".

António Lamas iniciou funções como presidente do CCB a 28 de Outubro de 2014, sucedendo a Vasco Graça Moura, falecido em Abril.

Na altura da nomeação, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier indicou que esperava do responsável a criação de um projecto de gestão integrada do eixo Belém-Ajuda, "articulando entidades e equipamentos de responsabilidade institucional de diferentes tutelas".

O eixo integra alguns dos museus e monumentos mais visitados do país, nomeadamente o Museu dos Coches, a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e o Palácio da Ajuda, e inclui ainda o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu de Marinha, o Museu da Presidência da República, a Capela de São Jerónimo, o Museu de Arte Popular e o Museu Nacional de Etnologia.

Sobre o ponto da situação deste projecto, António Lamas disse à Lusa que "é uma tarefa de ir convencendo as instituições que actuam na zona, cerca de vinte, a ir-se juntado a pouco e pouco e partilhando recursos e até serviços".

O objectivo é "conseguir que os cinco milhões de turistas que visitam Belém conheçam melhor a zona, possam escolher melhor, e tirar partido destas instituições que trocam poucas informações entre si, e têm esse enorme potencial num perímetro pequeno".

António Lamas, que se propõe dinamizar este projecto a partir do CCB, "a instituição mais jovem da zona", considerou "extraordinária" a oferta cultural de Belém: "É, de facto, o sítio mais extraordinário do país em termos turísticos e culturais", sublinhou.

"Nasci aqui, vivi aqui e conheço-a bem. E estive na origem do próprio CCB. É uma ligação astral quase", comentou o responsável.

Questionado sobre um eventual prazo para a apresentação do projecto à tutela, António Lamas disse que não existe uma data marcada: "É a tarefa principal. Não tenho um prazo, nem há um projecto concreto com princípio, meio e fim. É um processo em curso de revitalização das instituições, de pô-las a conversar umas com as outras", disse.

António Ressano Garcia Lamas, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, desempenhou, desde 2006, funções de presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra – Monte da Lua.

Foi também presidente do Instituto Português do Património Cultural, da Junta Autónoma de Estradas e do Instituto de Estradas de Portugal.

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