Gmail bloqueado na China

Desde Junho que os serviços e sites do Google têm sido fortemente restritos pelas autoridades.

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Tráfego do Gmail no país caiu drasticamente Reuters

O país com mais utilizadores de Internet é também dos que tem uma política mais rigorosa de cibercensura. Agora, parece ter praticamente bloqueado o acesso ao Gmail, com activistas a colocarem a responsabilidade no sofisticado sistema de controlo das autoridades, normalmente chamado "grande cibermuralha".

Na sexta-feira, o uso do Gmail na China caiu drasticamente e continua em níveis muito baixos, segundo uma ferramenta do Google que publica o tráfego dos vários produtos da empresa. Por outro lado, o tráfego dos outros serviços do Google naquele país manteve-se essencialmente inalterado, e também o tráfego do Gmail noutros países não sofreu alterações significativas.

Informação do site GreatFire.org, que se dedica a monitorizar os serviços online bloqueados pelas autoridades chinesas, o site Gmail.com (a par de outros endereços relacionados) esteve bloqueado em vários dias ao longo dos últimos meses. Para além do site, os utilizadores podem aceder às mensagens electrónicas através de aplicações em computadores e telemóveis, mas a agência Reuters em Pequim dá conta de relatos de que também esta forma de acesso deixou de estar disponível nos últimos dias.

“Julgo que o Governo está a tentar ir mais longe para eliminar a presença do Google na China e mesmo para enfraquecer a empresa no estrangeiro”, disse à Reuters um membro do GreatFire.org, notando que o bloqueio pode ter impacto em várias empresas, incluindo estrangeiras, que usam o Gmail como sistema de email.

À Reuters, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse não ter qualquer informação sobre um bloqueio do Gmail. Por sua vez, um porta-voz do Google em Singapura disse não haver problemas técnicos do lado da empresa.

Desde Junho que os vários serviços do Google têm estado limitados na China, na sequência de acções das autoridades para evitar manifestações a propósito do aniversário do massacre na Praça Tiananmen, que aconteceu em Pequim em 1989, quando soldados dispararam fogo sobre civis, e que é um dos maiores tabus do país.

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