Coreia do Norte chama “macaco" a Obama e acusa-o de promover The Interview

The Interview encena a história de dois homens da televisão americana que decidem ir entrevistar o líder da Coreia do Norte, King Jong-un, e acabam contratados pela CIA para o assassinarem.

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The Interview tornou-se inesperadamente um dos mais falados do ano REUTERS/Jonathan Alcorn

A Coreia do Norte responsabiliza o Presidente Barack Obama por promover a exibição do filme The Interview, classificando os seus actos e palavras de “imprudentes”, como “um macaco numa floresta tropical".

As acusações chegaram pela voz da comissão nacional de defesa norte-coreana: Barack Obama “é o principal culpado que forçou a Sony Pictures Entertainment a distribuir indiscriminadamente este filme”. O comunicado acrescenta ainda que o Presidente norte-americano é “sempre imprudente nas suas palavras e acções, como um macaco numa floresta tropical”.

Os mais de 300 cinemas independentes americanos que decidiram fazer a estreia de The Interview (A Entrevista), filme que esteve na origem de uma polémica diplomática entre os EUA e a Coreia do Norte, tiveram lotações esgotadas no dia de Natal.

Inicialmente previsto para estrear em três mil salas espalhadas pelo país, a produtora Sony Pictures Entertainement decidiu cancelar o lançamento de The Interview após ter sido alvo de um mega-ataque informático seguido de ameaças à integridade dos espectadores por parte de uma organização auto-intitulada Guardians of the Peace (GOP).

O episódio teve relevantes repercussões políticas e diplomáticas:após uma ivestigação do FBI, Barack Obama veio a público acusar a Coreia do Norte de estar por trás do ataque informático e também das ameaças aos espectadores americanos, e criticou directamente os responsáveis da Sony por terem cedido à chantagem.

A Sony recuou mais tarde na decisão e autorizou um número limitado de cinemas independentes a exibirem o filme, que estava já disponível online, na plataforma Xbox Video da Microsoft, na Google Play, no YouTube e na própria página web da produtora: www.seetheinterview.com.

“Nunca desistimos da estreia de The Interview e estamos entusiasmados por ter o nosso filme em alguns cinemas no dia de Natal”, declarou Michael Lynton, CEO da Sony Entertainment, em comunicado. “Ao mesmo tempo, continuaremos os esforços para assegurar mais plataformas e mais cinemas, de forma a que este filme chegue à maior audiência possível”. No Twitter, o actor Seth Rogen rejubilou: "O povo falou! A liberdade prevaleceu! A Sony não desistiu".

No comunicado divulgado pela agência oficial de notícias norte-coreana, o filme é descrito como sendo “desonesto e reaccionário”, atingindo “a dignidade do supremo líder da Coreia do Norte e incentivando o terrorismo”. E deixa uma ameaça: "Se os Estados Unidos continuarem a ser arrogantes, déspotas e a utilizar métodos arbitrários de gangster, apesar dos repetidos avisos [da Coreia do Norte], deverão ter em mente que as suas acções políticas fracassadas levarão a golpes mortais inevitáveis", disse o porta-voz da comissão nacional de defesa norte-coreana.

Recorde-se que The Interview encena a história de um apresentador e um produtor do show de TV Skylark Tonight – respectivamente Dave Skylark (James Franco) e Aaran Rapoport (Seth Rogen) –, que decidem ir entrevistar o líder da Coreia do Norte, King Jong-un, e acabam contratados pela CIA para o assassinarem.

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