A delicada pele musical de Emmy Curl

Na semana passada lembrávamos da necessidade de os videoclipes na Internet “agarrarem os espetadores”. Os elementos narrativos e as sequências são uma das formas de contrariarem a atenção volátil para os conteúdos de vídeo online e favorecerem a agradabilidade/partilha. Outra forma é surpreenderem com a técnica visual. Pela beleza, novidade ou engenho. E neste “Come Closer”, avanço para o primeiro álbum de Emmy Curl (“Navia”, prometido para inícios de 2015), surpreende a engenhosidade analógica que apela à nossa curiosidade natural de desvendar-mos o truque, num intrincado jogo coreográfico de incorporações de seres, peles e imagens. O que o realizador Nuno Barbosa(pinturas faciais UV de João Tiago Fernandes) demonstra é que, com poucos recursos e a interpretação da artista, há sempre possibilidade de ser criativo e até ganhar destaque internacional (Vimeo Staff Pick, p. ex., entre outros artigos). Mas isso e conseguir interpretar visualmente o espírito da letra, atribuindo sonho, fantasia e sensualidade a esta delicada música, é ainda mais notório.

 

Texto escrito segundo o novo Acordo Ortográfico, a pedido do autor.