EDP vai comprar gás natural aos EUA

Cheniere vai fornecer gás natural liquefeito (GNL) durante vinte anos.

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Empresa quer diversificar fontes de gás natural Mustafa Ozer

A EDP vai passar a comprar gás natural, liquefeito, aos Estados Unidos, tendo fechado um acordo com a Cheniere. De acordo com o comunicado enviado pela eléctrica portuguesa, as duas empresas “assinaram um acordo vinculativo para o aprovisionamento de 1 bcm (um bilião de metros cúbicos)” de gás natural liquefeito (GNL) por ano. Segundo a EDP, o acordo de aquisição de GNL terá a duração de 20 anos, podendo alargar esse prazo por mais dez. O acordo deverá ser aplicado no terreno em 2020, “procedendo de um projecto da Cheniere no Texas, nomeadamente do Trem 3 do Corpus Christi Liquefaction Project”.

A concretização do acordo, diz a empresa, “está sujeita a certas condições precedentes, incluindo mas não exclusivamente o recebimento de autorizações regulatórias por parte de Corpus Christi Liquefaction, LLC, bem como o assegurar dos necessários acordos de financiamento e a tomada de decisão final de investimento na construção do Trem 3 do Corpus Christi Liquefaction Project”.

Através deste negócio, que será implementado, segundo se espera, após a efectivação do Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a União Europeia e os Estados Unidos da América (TTIP), actualmente em negociações, a empresa pretende diversificar as fontes de gás natural. O GNL comprado servirá depois para abastecer as centrais eléctricas do grupo e os seus clientes (disputa o mercado com a Galp, e lidera no mercado liberalizado), ou para “procurar outras oportunidades no mercado de gás natural”.

Os EUA, devido à exploração de gás de xisto, têm-se posicionado como um dos maiores actores deste sector, e assumem-se como um fornecedor mais fiável, em termos geoestratégicos, face às fontes usuais do gás natural de Portugal, como a Argélia (gás natural, via gasoduto) ou a Nigéria (GNL). Angola é outro país que se tem posicionado neste segmento de negócio, e que pode vir a abastecer o mercado português.

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