Taxista fora de serviço

Homem acusado de agredir mulher de 28 anos no Porto terá sido "convidado" a afastar-se.

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Sara Vasconcelos alega ter sido agredida por ter dado um beijo na boca de uma amiga Manuel Roberto

A indignação pública chega até a central de táxis. Está fora de serviço o motorista acusado de agredir uma cliente, na Praça da República, no Porto, na madrugada do dia 8.

Houve concentração na Praça da República terça-feira à noite. No comunicado que então leu, Sara Vasconcelos exige à Ráditáxi que identifique o motorista que a agrediu e os outros dois que lá estavam estacionados àquela hora, remeta tais dados para as autoridades e expulse o primeiro.

A mulher, de 28 anos, alega ter sido agredida por ter dado um beijo na boca de uma amiga. E a sua posição é subscrita por diversas organizações, incluindo as que formam o movimento de Lésbicas, Gays e Transgénero, como Braga Fora do Armário, Caleidoscópio LGBT, Clube Safo, Marcha do Orgulho no Porto, Não Te Prives, PATH – Plataforma Anti-Transfobia e Homofobia, Panteras Rosa, Ponto Bi, PolyPortugal, PortugalGay.

Perante a queixa recebida esta quarta-feira e alguma reacção pública contra motoristas e telefonistas, a Abílio Gomes, presidente da Ráditáxi, parece importante esclarecer alguns aspectos: “A Ráditáxi é uma cooperativa  de comunicação, não tem carros, nem motoristas. Os únicos empregados da Ráditáxi são uma secretaria e doze telefonistas.”

O motorista não está contactável via rádio. “Propuseram-lhe [na empresa que o emprega] que ficasse em casa uns tempos”, conta Abílio Gomes. Quer ele, quer o gestor da empresa serão convocados pela direcção da Ráditáxi para prestar esclarecimentos, se possível já no próximo sábado.

Na sequência do inquérito, o motorista poderá vir a ficar sem comunicações por um período de 60 dias ou até à próxima assembleia geral, onde poderá ser decidida a sua expulsão definitiva. Se assim for, na hora em que estiver ele ao volante, a central cortará contacto com a viatura.

Uma eventual sanção daquela natureza não impedirá o motorista de continuar a conduzir táxi – no Porto circulam centenas: 780 associados à Ráditáxi, 445 à Invicta e um número indeterminado não está associado a qualquer cooperativa de comunicações. O Instituto da Mobilidade e dos Transportes é que atribui o certificado de aptidão profissional e Sara Vasconcelos pede-lhe que lho retire.

Naquela madrugada, estavam outros dois motoristas estacionados na Praça da República. Segundo Abílio Gomes, só um conduz um carro associado à Ráditáxi e esse disse-lhe que estava lá dentro, a ler o jornal. Quando reagiu já o colega estava em fuga. 

No próprio dia da agressão, Sara Vasconcelos apresentou queixa na PSP. Foi também observada no Instituto de Medicina Legal.

Não foi possível entrar em contacto com o táxista. O gestor da empresa que o emprega optou por não prestar declarações. 

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