Movimento diz que chegada do eléctrico à marginal mostra que câmara não queria Circuito da Boavista no Porto

O argumento utilizado pela autarquia foi o corte do apoio do Turismo de Portugal.

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A última edição do Circuito da Boavista foi em 2013 Nelson Garrido

O Movimento Salvar o Circuito da Boavista defendeu esta quarta-feira que o anúncio do regresso do eléctrico histórico à marginal marítima do Porto demonstra "que claramente existiam outras razões para não realizar o circuito" em 2015. "E havia aqui uma mensagem que não foi passada, já havia uma intenção de não realizar o Circuito da Boavista" com provas WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo), afirmou à Lusa Hugo Reis, do Movimento Salvar o Circuito da Boavista.

Hugo Reis explicou que a recolocação de trilhos para o eléctrico nas rotundas do Castelo do Queijo e da Anémona inviabiliza as corridas.

A Câmara do Porto apresentou na terça-feira o Plano de Estrutura para a Frente Marítima do Porto, que prevê o regresso do eléctrico à marginal, desde o Passeio Alegre até Matosinhos, num canal a instalar do lado do mar, subtraindo uma faixa aos automóveis.

De acordo com a planta da proposta de requalificação do espaço público envolvente deste plano estratégico, disponível na página da Internet da Águas do Porto, chegando ao Castelo do Queijo, os trilhos circundam a rotunda à semelhança do que acontecia até o anterior executivo da autarquia, liderado por Rui Rio, decidir retirá-los.

Segundo Hugo Reis, a colocação dos trilhos dita "o fim do circuito". Pouco a pouco, disse, "fica desmascarada a teoria de que havia intenção de manter as corridas e que tal só não foi possível porque o Turismo de Portugal cortou os apoios".

O Movimento, que foi criado em finais de Outubro por um grupo de cidadãos que defende o regresso das provas de automobilismo à cidade, considera que "o circuito é um património, é muito mais do que as provas WTCC".

O movimento foi criado após a Câmara do Porto ter decidido suspender a realização do Circuito da Boavista em 2015, alegando que, face ao corte de apoios do Turismo de Portugal, gastar cerca de três milhões de euros numa prova de automobilismo poderia pôr em causa "as boas contas" do município.

As corridas do Circuito da Boavista foram relançadas na cidade pelo anterior presidente da câmara, o social-democrata Rui Rio, em 2005, inicialmente com carros históricos e depois com as provas WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo).

Entretanto, a 28 de novembro foi anunciado que Vila Real vai receber o WTCC em 2015 e dois anos seguintes.     

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