Portugal envia 30 instrutores para treinar militares iraquianos

Nova fase no envolvimento de Portugal no combate ao Estado Islâmico

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Combatente do grupo Estado Islâmico em Raqqa, Síria - o grupo levou a cabo 308 ataques registados em Novembro Reuters

Portugal vai enviar 30 instrutores para treinar os militares iraquianos que combatem o autoproclamado Estado Islâmico (EI). A decisão foi tomada esta terça-feira pelo Conselho Superior de Defesa Nacional, órgão que é presidido pelo Presidente da República, que reuniu ao fim da tarde no Palácio de Belém.

A presença de instrutores das Forças Armadas portuguesas em território iraquiano tem o prazo previsto de um ano e insere-se no âmbito do denominado empenhamento militar internacional de Portugal. Para além do Iraque haverá militares portugueses em, entre outras, missões da NATO no Kosovo, Somália, Mali, bem como no policiamento aéreo do Báltico. Estas últimas missões tiveram início já durante o corrente ano.

O envio de instrutores portugueses para o Iraque decorre do compromisso assumido pela diplomacia portuguesa na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos 60 Estados membros da coligação internacional contra o EI, celebrada no princípio deste mês em Bruxelas. Como o PÚBLICO divulgou anteriormente, este empenhamento marca uma nova fase no envolvimento de Portugal no combate ao EI. Que, até agora, era sustentado na actividade política e diplomática, baseava-se na condenação do terrorismo no coro cada vez mais unânime da comunidade internacional e no apoio humanitário aos desalojados.

No encontro da coligação de Bruxelas, foi confirmado que o EI instalou campos de treino na Líbia, aproveitando a desagregação daquele país, que hoje não é mais do que um Estado falhado, e tenta alargar a sua actividade na zona do Magrebe. Uma situação que preocupa Portugal, país membro do “processo de diálogo 5+5” no Mediterrâneo Ocidental, juntamente com a Espanha, França, Itália, Malta, Marrocos, Mauritânia, Tunísia, Argélia e Líbia. O que alterou, para as autoridades portuguesas, a percepção do problema do EI e do “processo de diálogo 5+5”, até agora centrado na esfera económica.

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