Portas leva compromisso de reavaliar feriados para negociações com PSD

CDS prepara-se para ano eleitoral independentemente de renovação da coligação.

Foto
Portas realiza hoje o Conselho Nacional do CDS Nuno Ferreira Santos

Paulo Portas quer assumir a reavaliação dos feriados como compromisso eleitoral para 2015, em especial o 1.º de Dezembro, mesmo antes de se iniciarem as negociações com o PSD para uma coligação pré-eleitoral. A questão estará este sábado em foco no conselho nacional do CDS, que pretende dar um sinal de que o partido já está a trabalhar, quer concorra sozinho ou renove a coligação com os sociais-democratas.

Como há uma obrigação de reavaliar a suspensão dos feriados até 2017, estipulada pelas negociações com a Santa Sé, o líder do CDS quer aproveitar para assumir essa bandeira já. Mesmo antes de se iniciarem as negociações com o PSD para uma renovação da coligação eleitoral, o que deve acontecer no início de 2015. A proposta para a reavaliação dos feriados na próxima legislatura, em conjunto com a Santa Sé e os parceiros sociais, deverá ser assumida por Paulo Portas este sábado no conselho nacional do partido, em Elvas.

O PSD mostrou incómodo ao ver estas manifestações de interesse em restaurar o 1.º de Dezembro e o primeiro-ministro disse que a questão não se põe para já na agenda do Governo. Mas será um assunto incontornável nas negociações de um acordo e de um programa comum entre os dois partidos. Até porque o PS também já tinha colocado o feriado da Restauração na agenda.

António Costa, secretário-geral socialista, desejou que este ano fosse o último em que o dia não era assinalado como feriado. E, tal como outras bancadas da oposição, propôs um projecto de lei para repor os feriados eliminados – 5 de Outubro, dia de Todos os Santos (1 de Novembro) e Corpo de Deus (60 dias após a Páscoa). As iniciativas estão, no entanto, condenadas ao fracasso tendo em conta as posições assumidas pelo PSD.

CDS tem vida própria
Neste momento e antes de se iniciar qualquer processo negocial com o PSD, Portas quer dar outros sinais de que o partido tem vida própria para lá de uma eventual coligação. É o caso da elaboração de estudos, coordenados por um gabinete coordenado pela independente Graça Canto Moniz e tutelado por Assunção Cristas (ministra da Agricultura). Os estudos, anunciados este sábado, visam criar um “contrato de confiança” com os portugueses e serão um contributo que o partido levará para as negociações com o PSD, quer venha a haver acordo ou não.

Outro dos pontos da agenda de trabalhos deste Conselho Nacional é o de uma nova estratégia de comunicação virada para os eleitores, que está a cargo de João Almeida (secretário de Estado da Administração Interna). Sinais de que o CDS está a preparar o ano político que se avizinha. Um ano que os centristas querem que seja o de uma afirmação maior das bandeiras defendidas pelo partido, como avançou Nuno Melo na reentré do CDS em Setembro passado.  

Para este último Conselho Nacional de 2014, o CDS deixou ainda para discutir e votar as moções sectoriais apresentadas no último congresso, Janeiro deste ano, em que só as moções globais foram aprovadas.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários