Uma janela sobre o mundo de Ana Jotta abre-se domingo, na Culturgest

Domingo, às 17h30, no Pequeno Auditório da Culturgest, é lançado um novo livro sobre a obra da artista, seguido da exibição de um documentário realizado por Francisca Manuel, A Coragem de Lassie. Haverá, por fim, uma conversa com a realizadora.

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Um universo de interesses, cuja extensão vai dos simples formulários ou das etiquetas até às fotografias, às páginas de jornal, às imagens de BD Nuno Ferreira Santos

Ana Jotta, que entre Fevereiro e Maio de 2014 teve na Culturgest, em Lisboa, uma antológica do seu trabalho posterior a 2005, intitulada A Conclusão da Precedente, é uma das artistas mais importantes da actualidade. Desenvolve um trabalho consistente, sério e original, difícil de qualificar, onde a apropriação de estilos, formas, disciplinas e temas surge com frequência. O título A Conclusão da Precedente remete para Rua Ana Jotta, a grande antológica realizada em Serralves, em 2005.

O livro que domingo vai ser apresentado nesse espaço, às 17h30, é um volume de grande formato, sem texto contextualizador e reporta-se ao núcleo de obras e documentos a que a artista chama “notas de rodapé”. Estas peças permitem-nos lançar um olhar quase voyeurista sobre o universo privado da artista e o seu processo criativo. De certa forma, são eles próprios o contexto, puramente visual, de que o trabalho de Ana Jotta se nutre. E constituem também uma janela sobre o seu universo de interesses, cuja extensão vai dos simples formulários ou das etiquetas até às fotografias, às páginas de jornal, às imagens de BD impressas. Entre o livro de artista e o scrapbook impresso, é desde já uma edição notável em termos gráficos que merecerá análise mais pormenorizada neste jornal.

Francisca Manuel, que tem formação em arquitetura e, pelo Arco, em cinema, acompanhou o quotidiano da artista e realizou A Coragem de Lassie, filme datado de 2008/2009, que será exibido na mesma sessão. A propósito da filmagem, que decorreu durante vários meses, disse Ana Jotta, num “retrato” que fez da realizadora: “Quando a conheci, há já uns anos, antes de se apresentar, perguntou-me se eu sabia qual era o nome mais lindo do mundo. É Francisca, a Francisca que me anda a fabricar.” E continuou: “É firme, sensata, aplicada, séria, discreta, controladora, e tudo isto como uma leoa. Tem-me seguido como uma sombra.”

 

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