Novo líder da JSD quer discutir limites às pensões da reforma

Segurança Social entre as prioridades de Simão Ribeiro, deputado e actual vice-presidente da estrutura, que é o único candidato na reunião magna que decorre em Braga.

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O congresso da JSD decorre este fim de semana em Braga

O único candidato à liderança da Juventude Social Democrata (JSD) no congresso que decorre este fim-de-semana, em Braga, entende que a Segurança Social necessita de uma nova revisão e admite que a sustentabilidade do sistema poderá implicar a definição de limites às pensões de reforma.

Simão Ribeiro, que é deputado eleito pelo círculo eleitoral do Porto, propõe também o fim dos exames de acesso às ordens profissionais e a recuperação da disciplina de Educação Cívica no ensino básico.

Ribeiro vê a Segurança Social como o “principal regime” de protecção social dos trabalhadores e propõe “reformar para preservar” este sistema. “Devemos estudar e implementar as medidas necessárias para manter o nível de proteção social, mesmo que tal implique um limite às pensões de reforma”, propõe o candidato à liderança da “jota” social-democrata.

As linhas programáticas com que pretende gerir a JSD nos próximos dois anos propõem ainda uma revisão do modelo de acesso às ordens e associações profissionais, “garantindo maior equidade de direitos entre gerações”. As mudanças poderão passar pelo fim dos exames de admissão, antecipa. Na Educação, o deputado do PSD é favorável a uma "reformulação" da disciplina de Educação Cívica e deverá, em breve, apresentar um projecto de resolução nesse sentido na Assembleia da República.

O actual vice-presidente da JSD – cargo que desempenhou nos últimos quatro anos – mostra-se ainda contra um Estado que “encontra os seus fins em si próprio” e que se alimenta dos recursos das famílias e da economia, “passando por cima das aspirações dos portugueses”. A sua candidatura à liderança do “jota” laranja pretende assim ser “um grito de autonomia”. Ribeiro admite, porém, que as ideias políticas têm ainda que ser concretizadas. “As propostas concretas serão debatidas e apresentadas em congresso” e só depois tornadas públicas, promete.

Natural de Paredes, mas residente em Lousada, Simão Ribeiro é militante da JSD desde a adolescência, tendo chegado à presidência da distrital e à direcção nacional da estrutura aos 24 anos. É o único candidato à liderança da JSD conhecido e não deverá ter concorrência. Há já dois meses que o actual vice-presidente da comissão política nacional tem estado nas secções locais daquela estrutura a apresentar aos militantes o seu programa. No entanto, formalmente ainda podem ser entregues outras listas aos órgãos nacionais da jota social-democrata até à primeira noite do congresso, que começa esta sexta-feira, no Parque de Exposições de Braga.

Os trabalhos da reunião magna da JSD prolongam-se ao longo de todo o dia de sábado. A eleição do novo presidente da JSD, que sucede a Hugo Soares, também deputado na Assembleia da República, que liderava a estrutura desde 2012, será feita durante a tarde e, antes disso, os cerca de 500 delegados ao congresso vão discutir 32 propostas políticas sectoriais. Para domingo está agendado o encerramento que, além do primeiro discurso do novo líder da estrutura, contará com a presença do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.

Cristóvão Simão Oliveira de Ribeiro tem 28 anos e é um dos mais jovens deputado à Assembleia da República – até à entrada de Mariana Mortágua na bancada do Bloco de Esquerda foi mesmo o mais novo parlamentar. Este estudante universitário, que estava a frequentar o último ano da licenciatura em Direito na Universidade do Porto quando foi eleito nas últimas legislativas pelo círculo eleitoral do Porto, tem assento na Comissão de Saúde e no grupo de trabalho parlamentar sobre Álcool e Toxicodependência.

Na Assembleia da República apresentou, por exemplo, iniciativas legislativas que defendem o acesso ao subsídio de desemprego por dirigentes associativos ou a regulação do empréstimo de manuais escolares.  A adopção de medidas para o combate da obesidade infanto-juvenil ou a recomendação ao Governo para que reveja o apoio ao arrendamento jovem e promova a "reabilitação urbana low cost" foram outras das propostas do deputado do PSD ao longo do seu primeiro mandato no Parlamento.

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