Cineteatro da Feira reabre pintado de azul e com criações do nosso tempo

Espaço cultural aposta numa programação regular nacional e local. A 11 de Janeiro, Maria João e Mário Laginha fazem as honras da casa.

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O Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, foi poupado à demolição. A construção de um edifício de raiz chegou a estar em cima da mesa, mas não avançou. Depois de um ano de obras de requalificação, o espaço cultural situado no centro da cidade surge com novo visual e como um dos pólos do projecto da Caixa das Artes. A reabertura está marcada para 11 de Janeiro com um concerto de Maria João e Mário Laginha que estarão acompanhados pela Orquestra de Jovens de Santa Maria da Feira, sob a batuta do maestro Paulo Martins.

Nesta sexta-feira, o vereador da Cultura, Gil Ferreira, fez uma visita guiada à imprensa e apresentou a programação do primeiro trimestre. Programação abrangente que aposta em produções nacionais e criações de estruturas culturais do concelho. Há espaço para teatro, dança, música, concertos, tertúlias, workshops, jam sessions, performances, experiências artísticas. A ideia é, segundo o responsável, ter uma programação “planeada, coerente, consequente e contínua, orientada para a educação e fomento de hábitos de consumo de bens culturais”. “É um equipamento que pretendemos que seja de coesão social, que promova o encontro, a construção, a qualidade de vida ao residente e ao visitante”, sublinha.

Na agenda, estão também acções de formação técnicas relacionadas com a produção de espectáculos e dinâmica de cena. “A capacitação do sector criativo e cultural do concelho também é um dos nossos objectivos”, sustenta o vereador. E assim nasceu uma parceria com a ESMAE - Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo, do Porto. Gil Ferreira usa uma frase de Ortega y Gasset para resumir a vontade do equipamento cultural: “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem”.

Por fora, o cineteatro mudou de cor. O branco deu lugar ao azul. Por dentro, várias alterações que permitem uma reabertura com três espaços centrais: um auditório com 518 lugares, um foyer com cafetaria e espaço para café-concerto e uma sala de dança. Novas cadeiras no auditório, a mesma composição de primeira e segunda plateias mais tribuna, um palco como mandam as normas técnicas e acústicas em vigor, uma sala mais luminosa. O foyer é reaproveitado e, a partir de Fevereiro, terá iniciativas às quartas-feiras. Com as obras, conquistou-se uma área num piso superior que acolherá a equipa de produção e de comunicação. Para o pavimento do cineatro foi escolhido um revestimento de cortiça, para o mobiliário da cafetaria pensou-se em componentes de papel - materiais com forte tradição no município.

Maria João, Mário Laginha e a Orquestra de Jovens de Santa Maria da Feira reabrem o cineteatro feirense a 11 de Janeiro pelas 17h. Nesse mês, haverá fado com Pedro Moutinho no dia 17, o teatro-revista da Festa das Fogaceiras do Orfeão da Feira a 20, Manuela Azevedo e Bruno Nogueira com o Deixem o Pimba em Paz a 23 e uma Tertúlia Folk da Associação Cultural Coreto a 31. Em Fevereiro, a prata da casa, ou melhor, o Grupo de Expressão Dramática de Escapães (GEDE) apresenta a peça de teatro Adão e Eva no dia 7 e a 21 a Escola de Bailado e Artes Cénicas da Feira apresenta Cinderella. A banda de Castelo Branco Norton actua a 25. Em Março, há música com Noiserv a 7, Jorge Palma a 21, Golden Slumbers a 25 e o espectáculo de dança Nil-City com Flávio Rodrigues do Ballet Contemporâneo do Norte a 28.

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