Centenas de beijos gays no protesto contra expulsão de casal do Burger King

Casal gay foi convidado a abandonar restaurante de "fast food" em Madrid depois de ter dado um beijo em público. Burger King demarcou-se da atitude de funcionário, mas o caso está a gerar uma onda de protestos

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Jovens de 18 e 19 anos foram expulsos do restaurante por funcionário Bruno Domingos/ Reuters
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Jovens de 18 e 19 anos foram expulsos do restaurante por funcionário Bruno Domingos/ Reuters

Centenas de pessoas concentraram-se neste sábado na Plaza de los Cubos, em Madrid, para um beijo gay colectivo, em protesto contra a expulsão de um casal homossexual do restaurante Burger King situado nessa praça, no passado dia 29 de Novembro.

Os dois homens, de 18 e 19 anos, foram interpelados por um dos vigilantes do restaurante de “fast food” depois de terem dado um beijo. “Disse-nos que essas coisas não se podiam fazer ali. Que havia crianças a ver”, contou Jaime (nome fictício) ao jornal espanhol El País. A confusão instalou-se, com um casal a defender o jovem e outros a darem razão ao segurança: “Disseram que os filhos não tinham de ver aquilo.”

Os jovens acabaram por sair do restaurante, mas a confusão instalou-se nas redes sociais, onde se organizou um protesto contra a homofobia com a "hashtag" #StopLGTBIQfobia, onde centenas de casais homossexuais fazeram exactamente o mesmo que os jovens haviam feito uma semana antes: beijaram-se.

Homofobia cresce em Espanha

cadeia de “fast food” já veio demarcar-se da posição do trabalhador, que terá actuado “de forma independente”: “[A Burger King] tem uma política de tolerância zero relativamente a qualquer tipo de discriminação e, ao ter conhecimento do sucedido, tomou medidas imediatas.”

Apesar da declaração, a Burger King não revelou que tipo de medidas tomou e a Arcópoli, associação espanhola de defesa dos direitos da comunidade LGBT, já condenou o sucedido: “Este tipo de comportamento é inaceitável na nossa cidade e esperamos que a cadeia Burger King tome medidas fortes para assegurar que não volta a acontecer”, escreveu a coordenadora da Arcópoli Amanda Rodríguez num post no Facebook.

As agressões homofóbicas, físicas e verbais, têm aumentado nos últimos anos em Espanha, denunciam colectivos gays, que já pediram a aprovação de uma lei específica com multas até 140 mil euros. Segundo o El País, no ano passado registaram-se 38 deste género, número que a Acrópoli diz já ter sido ultrapassado em 2014.  

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